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A defesa de Hassan Rabee, repatriado da Faixa de Gaza para o Brasil, afirmou que vai processar todos os autores de ataques ao seu cliente, incluindo a deputada Carla Zambelli (PL-SP), que o acusou de compartilhar mensagens “pró-terrorismo”. Desde que chegou ao país, ele já recebeu mais de 200 mensagens com teor xenófobo ou ameaças.
A advogada Talitha Camargo da Fonseca, que representa Hassan, afirmou que os prints dos ataques e as informações coletadas sobre os autores serão apresentadas à Divisão de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil em São Paulo. As empresas responsáveis pelas plataformas em que as ameaças estão sendo enviadas também serão acionadas.
“Essas 200 pessoas ou mais serão responsabilizadas criminalmente e na área cível pelos danos. O que a gente vê é que existe uma propagação de discurso de ódio em massa nesse país”, afirmou a advogada. Talitha diz que o caso é “surreal” e que existe “um grau de desumanidade a ponto de não conseguirem conceber que a pessoa acabou de sair de uma guerra”.
Ela aponta que muitos dos perfis que enviaram os ataques aparentam ser de pessoas reais e que caberá à Polícia Civil identificar os donos dessas contas. “Nós vamos processar. É inadmissível que exista impunidade. Cada vez que há impunidade, essas pessoas se sentem mais empoderadas”, prosseguiu a advogada.
A Polícia Federal foi acionada para apurar as ameaças feitas aos brasileiros resgatados na Faixa de Gaza. A Secretaria Nacional de Justiça, que coordena a operação de acolhimento ao grupo, tem apurado as denúncias e encaminhado informações à corporação.
A advogada também formalizou um pedido para inclusão de Hassan no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH).