Brasileiros da Flotilha retornam ao Brasil e revelam crimes em Gaza

Atualizado em 9 de outubro de 2025 às 16:47
Brasileiros sequestrados por Israel na flotilha Global Sumund na volta ao Brasil, no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), nesta quinta (9). Foto: Reprodução

Os 13 brasileiros que participaram da flotilha Global Sumud, detidos por seis dias em águas internacionais sob custódia de Israel, desembarcaram no Aeroporto Internacional de Guarulhos pouco depois das 10h desta quinta-feira (9). O DCM acompanhou ao vivo o desembarque e a coletiva dos ativistas.

Entre os integrantes do grupo estavam a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), Mariana Conti (PSOL), vereadora de Campinas, Gabrielle Tolotti, presidente do PSOL no Rio Grande do Sul, o ativista Thiago Ávila, com histórico em missões humanitárias, além de Bruno Gilga Rocha, Mohamad El Kadri, Ariadne Cosa, Mansur Peixoto, João Aguiar, Miguel Castro e Lisiane Proença.

Cerca de 100 pessoas receberam os “flotilhados brasileiros” no aeroporto, com bandeiras da Palestina, faixas criticando Israel e gritos de “Palestina Livre”.

Entre as autoridades presentes estavam a deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP), a deputada estadual Mônica Seixas (PSOL-SP) e Teresinha Pinto, líder do núcleo da Palestina do PT.

“A gente tem muito orgulho da missão humanitária que eles cumpriram e vai seguir denunciando o genocídio que acontece na Faixa de Gaza e lutando pela causa Palestina”, disse Sâmia Bomfim. 

Durante a recepção no aeroporto, foram registradas as seguintes declarações:

Luizianne Lins: “Passamos por muitas dificuldades, mas elas não chegam nem perto do que os palestinos vêm sofrendo. São 31 dias de ativismo. É importante denunciar cada vez mais o genocídio em Gaza, pois são 80 anos de resistência e 18 anos de bloqueio. A flotilha é a herdeira de toda luta desenvolvida de resistência pelo mar. Esse movimento não pode ser descontinuado. A coisa mais importante que trazemos é que movemos corações e mentes no mundo inteiro”.

Thiago Ávila: “Saímos há 31 dias para abrir um corredor humanitário para que as crianças de Gaza parassem de morrer de fome, mas fomos atacados e presos por sete dias. Saímos com o mesmo senso de justiça e dignidade. Seis ativistas continuam presos nas masmorras de Israel, submetidos sob colonização e apartheid do sionismo”

Mariana Conti: “É emocionante chegar em dia histórico para humanidade que é o cessar-fogo. Mas é importante dizer que a solução de paz na Palestina ainda não foi conquistada e isso não é definitivo. A Palestina vive a décadas sob um regime de apartheid, de limpeza étnica e um regime ilegal. Só conseguiremos paz com independência, autodeterminação para o povo da Palestina, para que eles possam contar a sua própria história”. 

Mohamad El Kadri: “A corrente de vocês sobre a Flotilha deu força para nós. O povo Palestino precisa dessa força e esse trabalho tem que continuar. Depois de 2 anos nenhum Palestino foi entrevistado por nenhum canal de TV, enquanto generais que massacram crianças tiveram suas palavras na mídia brasileira. Pela segunda vez fui impedido de entrar em Gaza e se for preciso, quero lembrar palavras do presidente da Colômbia que disse que tem 12 mil combatentes para atuar na Palestina. São 12 mil e um então pois eu lutarei junto”.

Thiago Suman
Jornalista com atuação em rádio, TV, impresso e online. É correspondente do Daily Mail, da Inglaterra, apresentador do DCMTV e professor de filosofia e sociologia, além de roteirista de cinema e compositor musical premiado em festivais no Brasil e no mundo