Brasileiros da flotilha são deportados de Israel e seguem para a Jordânia

Atualizado em 7 de outubro de 2025 às 9:27
Os 13 ativistas brasileiros deportados de Israel, capturados na flotilha Global Sumud. Foto: Instagram Luizianne Lins

Os 13 brasileiros presos por Israel durante a missão humanitária da flotilha Global Sumud foram deportados nesta terça-feira (7) e já deixaram o país em direção à Jordânia, segundo fontes diplomáticas. O grupo está em boas condições e segue para Amã, onde será acolhido pela embaixada brasileira e passará por avaliação médica.

Os ativistas foram transportados da prisão de Ktzi’ot, localizada no deserto do Neguev, até a fronteira, onde se encontraram com diplomatas da embaixada do Brasil em Tel Aviv. Já em território jordaniano, estão recebendo assistência consular e médica antes de retornarem ao Brasil.

Entre os integrantes da flotilha estão a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), a vereadora Mariana Conti (PSOL-SP), a presidente do PT do Rio Grande do Sul, Gabrielle Tolotti, o dirigente sindical Magno de Carvalho Costa (Sintusp) e o ativista Thiago Ávila, que já havia sido preso por Israel em uma missão anterior, em maio.

Detenção e denúncias de maus-tratos

O grupo foi capturado em águas internacionais durante uma tentativa de entregar ajuda humanitária à população de Gaza. Segundo os organizadores, os brasileiros foram mantidos em condições degradantes.

O único que havia sido libertado antes é Nicolás Calabrese, argentino com cidadania italiana e residente no Brasil há mais de dez anos. Ao chegar ao Rio de Janeiro, ele relatou que os israelenses agiram “como terroristas” e acusou o país de violar o direito internacional.

Nicolas Calabrese, integrante da comitiva brasileira da flotilha que foi preso e deportado por Israel, desembarca no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Foto: Eduardo Anizelli

A libertação ocorre no mesmo dia em que a guerra em Gaza completa dois anos, com dezenas de milhares de mortos e uma crise humanitária sem precedentes.

Em nota, os organizadores da flotilha afirmaram que a ação buscava denunciar o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza desde 2007, que, segundo eles, se transformou em um cerco total desde março, impedindo a entrada de alimentos e medicamentos.

“O bloqueio e a fome são usados como instrumentos de controle”, diz o texto, que acusa Israel de genocídio e limpeza étnica.

Os ativistas afirmaram que a libertação dos brasileiros tem significado simbólico: “A liberdade dos nossos integrantes no dia 7 de outubro carrega um símbolo de resistência, mas também nos lembra que não há liberdade verdadeira enquanto o cerco persistir.”