Brasileiros detidos na flotilha de Gaza devem ser repatriados pela Jordânia nesta terça

Atualizado em 6 de outubro de 2025 às 21:34
A delegação brasileira que integrava a flotilha rumo à Faixa de Gaza. Foto: Divulgação

Os dez brasileiros capturados durante a interceptação da flotilha humanitária que tentava chegar a Gaza devem deixar Israel nesta terça-feira (6) com destino à Jordânia. A embaixada brasileira em Amã irá fornecer os primeiros atendimentos aos resgatados, avaliando suas condições de saúde e oferecendo suporte consular.

Ainda não está claro se o grupo será embarcado diretamente para o Brasil, já que parte dos detidos pode precisar de tempo para se recuperar e ficará temporariamente na embaixada. A flotilha, composta por cerca de 50 embarcações de diversas nacionalidades, tinha como objetivo levar ajuda humanitária à população palestina em Gaza, incluindo alimentos, medicamentos, água potável e brinquedos.

A frota foi interceptada em alto-mar por forças israelenses antes de alcançar o litoral palestino, o que gerou forte reação internacional. Entre os detidos estão a deputada Luizianne Lins (PT-CE) e o ativista Thiago Ávila, ambos conhecidos por seu engajamento em causas solidárias.

O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) informou que acompanha de perto o caso e está mantendo contato com as autoridades israelenses, além de organismos internacionais, para garantir a segurança dos brasileiros.

O governo brasileiro está trabalhando para definir os próximos passos, incluindo o cronograma de repatriação e os detalhes do suporte médico necessário para os ativistas. A expectativa é de que, nas próximas horas, as autoridades brasileiras possam formalizar a rota de retorno dos detidos ao Brasil, mas ainda há questões logísticas a serem resolvidas.

Flotilha humanitária que levou os manifestantes rumo a Gaza. Foto: Divulgação

Organizações de direitos humanos e parlamentares brasileiros também estão pressionando Israel por esclarecimentos sobre as condições de detenção e o tratamento dado aos integrantes da missão humanitária. A lista dos brasileiros detidos inclui ativistas e militantes pró-Palestina, além de parlamentares envolvidos na causa.

Entre os nomes estão Ariadne Catarina Cardoso Teles, Magno De Carvalho Costa, Gabrielle Da Silva Tolotti, Bruno Sperb Rocha, Mariana Conti Takahashi, Lucas Farias Gusmão, Mohamad Sami El Kadri, Lisiane Proença Severo e, claro, Luizianne Lins e Thiago Ávila.

Além desses, o argentino Nicolas Calabrese, residente no Brasil e com cidadania italiana, também estava a bordo, mas foi liberado. A flotilha, que partiu de Barcelona, na Espanha, tinha como objetivo romper o bloqueio imposto por Israel à Gaza e levar suprimentos essenciais à população local, que sofre com as restrições de acesso a bens básicos.

A interceptação de embarcações por Israel tem sido uma estratégia recorrente, gerando controvérsias e reações internacionais, especialmente de países e grupos que defendem os direitos humanos e o direito à assistência humanitária.

A situação tem atraído a atenção de diversos governos e organizações internacionais, que exigem que Israel explique as razões para a detenção dos ativistas e os relatos de maus-tratos durante o período de detenção. De acordo com as denúncias, os detidos foram submetidos a condições desumanas, incluindo a negação de assistência médica adequada e falta de acesso a representação legal.

O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, segue com os esforços diplomáticos para garantir a liberação dos brasileiros, utilizando todos os canais disponíveis para resolver a situação de maneira célere e eficaz.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.