Brazão já havia sido citado no caso Marielle antes da delação de Lessa

Atualizado em 23 de janeiro de 2024 às 16:26
Nome do ex-deputado Domingos Brazão já havia sido citado nas investigações sobre o caso Marielle. Foto: Reprodução

Apontado como mandante do assassinato de Marielle Franco pelo ex-policial militar Ronnie Lessa, o ex-deputado Domingos Brazão já foi citado outras vezes nas investigações sobre o caso. A primeira suspeita contra o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) surgiu após o depoimento do PM Rodrigo Jorge Ferreira, o Ferreirinha, em 2019.

Em oitiva, Ferreirinha acusou o então vereador Marcelo Siciliano e o miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, de serem os mandantes do crime. A Polícia Federal desconfiou da versão e concluiu que o PM e sua advogada faziam parte de organização criminosa que atuava para atrapalhar as investigações.

A então procuradora-geral da República Raquel Dodge pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que Brazão fosse investigado por suspeita de ter utilizado um policial federal aposentado para levar Ferreirinha ao falso testemunho. As investigações ainda apontaram que existem indícios de que ele estava envolvido com o grupo criminoso Escritório do Crime.

A hipótese é que Brazão e seu clã queriam prejudicar Siciliano, que estaria disputando influência com seu grupo na Zona Oeste do Rio, região dominada por sua família. Também foram encontradas provas de que o conselheiro do TCE tinha vínculos com com Jomar Duarte Bittencourt Junior, o Jomarzinho, filho de delegado da PF e suspeito de vazar operação do caso Marielle em 2019.

Os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz citaram Brazão nas delações sobre o caso Marielle Franco. Foto: Reprodução

O ex-deputado também já foi investigado, antes da delação de Lessa, pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio e pela própria Polícia Federal. Na ocasião, não foram encontradas provas de que ele teria relação direta com o crime.

Ele também foi citado na delação do ex-PM Élcio Queiroz, que dirigia o carro usado durante o atentado. A menção ao nome de Brazão no acordo fez com que o inquérito fosse enviado ao STJ, já que o conselheiro tem foro por prerrogativa de função.

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