Brics não é contra os EUA, diz China após ameaças de Trump

Atualizado em 7 de julho de 2025 às 10:29
Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning – Foto: Reprodução

Nesta segunda-feira (7), a China respondeu às declarações de Donald Trump, que ameaçou impor uma tarifa adicional de 10% sobre produtos de países que apoiarem as políticas dos Brics.

Sem citar nações específicas, Trump provocou reações do governo chinês, que reforçou que o bloco dos Brics é voltado à cooperação entre mercados emergentes, sem direcionamento contra outras potências.

Durante entrevista coletiva em Pequim, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que o Brics “é uma plataforma importante para a cooperação entre mercados emergentes e países em desenvolvimento” e “não tem nenhum país como alvo”. Segundo ela, o grupo defende valores como inclusão, abertura e benefícios mútuos, destacando que “não há vencedores em guerras comerciais e tarifárias” e que o protecionismo é ineficaz.

A posição da China foi reforçada na Declaração do Rio de Janeiro, divulgada também nesta segunda, último dia da cúpula do Brics no Brasil.

O texto se opõe a “medidas protecionistas unilaterais” e alerta para os efeitos negativos dessas ações nas cadeias globais de produção e fornecimento, além de considerar preocupantes as tarifas unilaterais que violam as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).

A Rússia também se manifestou após as falas do chefe de Estado americano. Em Moscou, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que o Brics nunca teve como objetivo prejudicar outros países.

Ele explicou que a força do bloco está no compartilhamento de visões e interesses próprios, com foco em uma cooperação baseada no respeito mútuo.

Peskov reforçou que “essa cooperação dentro do Brics nunca foi e nunca será direcionada contra terceiros países”.