Briga pelo segundo turno: Ciro na vice-liderança e Haddad crescendo. Por Helena Chagas

Atualizado em 10 de setembro de 2018 às 22:39
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Publicado originalmente no site Os Divergentes

POR HELENA CHAGAS

Além de mostrar que o atentado a Jair Bolsonaro não mudou tanto assim sua situação- cresceu de 22% para 24%, na margem de erro -, a pesquisa DataFolha/Jornal Nacional desta segunda-feira trouxe boas notícias para dois candidatos: Ciro Gomes e Fernando Haddad, que estão em movimento de ascensão e podem sonhar com a segunda vaga do segundo turno.

Ciro, que muita gente matou antes da hora quando perdeu as alianças com o centrão e o PSB, passou de 10 % para 13%, ultrapassando Marina Silva, que caiu de 16% para 11%, conquistando o segundo lugar no cenário que deve ser definitivo a partir de amanhã, com a substituição de Lula por Fernando Haddad.

Haddad aparece na pesquisa com 9%, embolado com Geraldo Alckmin, que passou de 9% para 10%. No levantamento anterior, porém, o ex-prefeito de São Paulo tinha apenas 4%. O crescimento de 5p.p. do petista antes mesmo de se tornar candidato oficial, e depois de dias em que teve sua imagem colada a de Lula na propaganda na TV, mostra que a transferência de votos começou a se operar.

A dúvida agora é quanto à velocidade de crescimento de Haddad nas próximas três semanas, mas o movimento de crescimento é inequívoco. Ciro Gomes chega à reta final da campanha com possibilidades razoáveis de ir ao segundo turno. Tudo indica que cresceu em cima de Marina Silva, que, sem tempo na TV, parece vir se desidratando. Numa simulação de segundo turno, pela primeira vez ela perderia para Ciro, por 41% a 35%.

Ciro também pode ter se beneficiado com votos herdados de Lula depois que ele teve sua candidatura cassada pelo TSE e Haddad não foi oficializado. A competição central da campanha agora é por esses votos, a partir de hoje, quando o petista será lançado com as bênçãos do ex-presidente.

Haddad também cresceu nas simulações de segundo turno: 9p.p. quando disputa com Alckmin (43% do ex-governador de SP contra 29% do ex-prefeito) e com Jair Bolsonaro, com quem empata (39% x 38%).