Bruno Covas se apresenta como a novidade na politica.
O novo com DNA, como diria Marcelo Rubem Paiva. Mas, se se observar o histórico dele, verá que não.
Ele não é novo.
Parece tão velho quanto Aécio Neves, outro que tem DNA.
Bruno Covas tem 40 anos de idade, mas é como se já somasse quase 500.
É que, ao se olhar para Bruno Covas ou Aécio Neves, o que se deve ver é a herança do patriarcado.
Pessoas que se apresentam para postos de comando não pelo que fez — no caso de Bruno, nada —, mas pelo nome que carregam.
E pessoas assim se reconhecem na vida pública.
Por exemplo, o que levou Aécio Neves, quando governador de Minas Gerais, a entregar a Bruno Covas a mais alta honraria do Estado, a Medalha da Inconfidência?
Bruno Covas tinha 28 anos de idade, e era deputado estadual sem nenhum feito relevante.
Como Aécio, Bruno Covas era uma aposta da oligarquia política.
Treze anos depois, com Aécio Neves no fundo do poço depois de subir a montanha, Bruno Covas se apresenta para administrar São Paulo, desta vez como prefeito eleito e não domo beneficiário das ambições de Doria.
Amanhã, se filhotismo prevalecer nesta eleição, o neto de Mário Covas é que poderá estar na situação de Aécio.
Para quem duvida, recomendo olhar para a foto que ele usou na campanha de 2014, quando concorreu a deputado federal.
Das quatro pessoas que estão na foto — com Alckmin, Serra e Aécio —, só ele não é réu em processo por corrupção.
A medalha concedida por Aécio a Bruno, sem ter um feito que a justifique, é uma fraude com propósito político, claro.
Bruno deve hoje evitar Aécio, que é fósforo riscado.
Mas, no fundo, ambos sabem que têm mais semelhanças do que diferenças.
Vale para eles a frase que se tornou célebre a partir da campanha de uma marca de vodka? O efeito Orloff?
Bruno Covas é Aécio amanhã?
O risco existe.