Bruno Covas, Aécio Neves e a ascensão sem mérito: um risco para os cofres públicos

Atualizado em 21 de novembro de 2020 às 11:40
Aécio, Bruno Covas e Karen Ichiba, sua esposa na época

Bruno Covas se apresenta como a novidade na politica.

O novo com DNA, como diria Marcelo Rubem Paiva. Mas, se se observar o histórico dele, verá que não.

Ele não é novo.

Parece tão velho quanto Aécio Neves, outro que tem DNA.

Bruno Covas tem 40 anos de idade, mas é como se já somasse quase 500.

É que, ao se olhar para Bruno Covas ou Aécio Neves, o que se deve ver é a herança do patriarcado.

Pessoas que se apresentam para postos de comando não pelo que fez — no caso de Bruno, nada —, mas pelo nome que carregam.

E pessoas assim se reconhecem na vida pública.

Por exemplo, o que levou Aécio Neves, quando governador de Minas Gerais, a entregar a Bruno Covas a mais alta honraria do Estado, a Medalha da Inconfidência?

Bruno Covas tinha 28 anos de idade, e era deputado estadual sem nenhum feito relevante.

Como Aécio, Bruno Covas era uma aposta da oligarquia política.

Treze anos depois, com Aécio Neves no fundo do poço depois de subir a montanha, Bruno Covas se apresenta para administrar São Paulo, desta vez como prefeito eleito e não domo beneficiário das ambições de Doria.

Amanhã, se filhotismo prevalecer nesta eleição, o neto de Mário Covas é que poderá estar na situação de Aécio.

Para quem duvida, recomendo olhar para a foto que ele usou na campanha de 2014, quando concorreu a deputado federal.

Das quatro pessoas que estão na foto — com Alckmin, Serra e Aécio —, só ele não é réu em processo por corrupção.

A medalha concedida por Aécio a Bruno, sem ter um feito que a justifique, é uma fraude com propósito político, claro.

Bruno deve hoje evitar Aécio, que é fósforo riscado.

Mas, no fundo, ambos sabem que têm mais semelhanças do que diferenças.

Vale para eles a frase que se tornou célebre a partir da campanha de uma marca de vodka? O efeito Orloff?

Bruno Covas é Aécio amanhã?

O risco existe.