
A BYD alcançou neste mês a marca de 100 mil carros elétricos vendidos no Brasil, três anos após iniciar suas operações no país. Em entrevista ao Globo, o vice-presidente sênior Alexandre Baldy afirmou que o resultado simboliza a consolidação da empresa no mercado nacional. Segundo ele, “a empresa deu início à transição tecnológica na indústria automobilística brasileira”, impulsionada por modelos de entrada como Dolphin e Dolphin Mini e por veículos de maior valor, como Seal e Yuan.
Baldy afirma que a BYD foi decisiva para democratizar o carro elétrico no país. “Trouxemos um carro de qualidade, com inovação e tecnologia a um preço acessível ao brasileiro”, diz o executivo. Ele avalia que a estratégia forçou montadoras tradicionais a rever preços e acelerar investimentos em eletrificação, rompendo a percepção de que veículos elétricos eram produtos restritos a consumidores de alta renda.
Com a inauguração da fábrica na Bahia, a empresa projeta um avanço ainda mais rápido. “A produção nacional consolida a confiança na marca”, afirma Baldy, que acredita que a marca de 200 mil veículos será atingida em um intervalo menor que o das primeiras 100 mil unidades. Para ele, o consumidor brasileiro tem sido receptivo a novas tecnologias e ajudado a impulsionar o mercado. “O brasileiro é mais aberto à inovação que qualquer outro cidadão no mundo”, declara.

O executivo aponta que mitos sobre baterias, carregadores e segurança estão sendo superados. “Mitos estão sendo quebrados dia a dia”, afirma, ao citar avanços na aceitação pública e no entendimento sobre o funcionamento dos veículos elétricos. Segundo ele, a produção local reforça a percepção de durabilidade e segurança desses modelos.
Baldy afirma ainda que o Brasil se tornou o principal mercado global da BYD fora da China. “O Brasil é hoje o país mais importante para a BYD, fora da China”, diz o vice-presidente. Para ele, o tamanho do mercado interno e o ritmo de adoção de novas tecnologias explicam a relevância crescente do país na estratégia global da montadora.
Ele também avalia que a busca de montadoras tradicionais por parcerias com chinesas confirma o avanço tecnológico da China. “As montadoras tradicionais têm se voltado para a China para buscar preços competitivos e desenvolvimento tecnológico”, observa. Baldy lembra que o país asiático investiu por anos em pesquisa e inovação, o que teria colocado suas fabricantes à frente da média global.