“‘Cachorra’ foi a palavra que escutei”: repórter da PB conta sua agressão por adepto da intervenção militar

Atualizado em 28 de maio de 2018 às 19:20

Uma repórter da TV Correio da Paraíba, Ludmila Costa, foi agredida por um defensor da intervenção militar enquanto fazia a cobertura da greve dos caminhoneiros em um posto de João Pessoa.

Foi no domingo, dia 27.

A agressão ocorreu no momento em que Ludmila entrevistava um senhor a respeito das dificuldades para abastecer o carro.

Ela contou o que houve no Instagram:

Ontem, assim como outros profissionais na imprensa, fui atacada e ofendida durante a execução do meu ofício maior que é informar.

Saí de casa num domingo à tarde, deixei família em casa, enfrentei a escassez de gasolina e seguir com a missão. Logo na primeira parada, um cidadão apareceu a pé e começou a atacar a imprensa de uma forma geral e depois direcionado a mim. 

‘Cachorra’ foi a palavra que escutei pela primeira vez de forma pejorativa.

Sou mulher, jornalista, estudante, filha e acima de tudo cidadã que cumpre seus deveres e obrigações. Não admito qualquer abuso, principalmente quando estou exercendo meu direito de trabalhar.

O boletim foi registrado e tenho imagens do agressor. Vai responder na polícia por ameaça. 

Porque me calar não é uma opção. Vou continuar falando o que penso, trabalhando no que gosto e defendendo o que é certo e justo.

Ainda sinto no peito uma pontada de aflição por toda cena que presenciei. Agradeço de coração a um senhor que foi o único a me defender (as outras pessoas só assistiram de longe ou filmaram com celular). Gostaria de poder abraça-lo e agradecer pessoalmente. 

Enfim, fica o desabafo de mais um episódio dessa narrativa louca que estamos vivendo esses dias.