Cai o número de desempregados, mas salários são reduzidos; veja detalhes

Atualizado em 26 de junho de 2022 às 7:56
Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)

Em recuperação da pandemia, a economia brasileira vem gerando mais empregos com carteira assinada. Houve um crescimento de 8,5% em relação a janeiro de 2020 (antes da pandemia). Mas os salários iniciais estão menores. Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Previdência, mostram que o salário médio dos trabalhadores contratados em abril deste ano é 9,34% inferior ao valor verificado em janeiro de 2020, já considerando os ajustes pela inflação.

Segundo o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), indicador medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que serve de parâmetro para negociações salariais de diversas categorias profissionais, os salários de contratação deste ano também estão abaixo dos registrados um ano atrás, quando a crise sanitária era mais intensa. Para os economistas, os números traduzem essa percepção de que o país está gerando mais vagas, mas com salários menores.

Em janeiro de 2020, o salário médio de contratação era de R$ 1.735,87. Se atualizado pela inflação até abril deste ano, esse valor seria equivalente a R$ 2.102,97. Conforme o Caged, o salário de contratação em abril deste ano foi de R$ 1.906,54. Ou seja, considerando a inflação, o salário de hoje é menor que o do início de 2020.

“O Caged mostra que está havendo redução do desemprego, mas com salários mais depreciados”, afirma o economista William Baghdassarian, professor de finanças do Ibmec em Brasília. “Depois de tanto tempo de crise, de desemprego, as pessoas estão aceitando funções com salários mais baixos.”

“A queda do desemprego veio muito em função da redução salarial. Não é de se surpreender que tenhamos no Brasil um processo de empobrecimento grande, com as pessoas entrando na insegurança alimentar.”, disse Baghdassarian.

Pelos dados do Caged, após a forte queda do emprego formal provocada pela pandemia no primeiro semestre de 2020, o estoque de vagas com carteira assinada passou a subir, embora mais pessoas estejam empregadas atualmente, as remunerações estão menores do que se viu antes da pandemia.

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