Caiado deve desculpas públicas por mentir psicoticamente no furdunço do vôo à Venezuela. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 17 de junho de 2015 às 21:25
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A farsa barulhenta da “proibição” venezuelana de receber um vôo de parlamentares brasileiros teve a mão peluda inefável da estrela da extrema direita nacional — e internacional? — Ronaldo Caiado.

Caiado mentiu deslavadamente desde o primeiro momento. “O governo venezuelano acaba de desautorizar nossa viagem. Isso é uma afronta. Nós temos que fazer uma moção de repúdio pedindo a exclusão da Venezuela do Mercosul e rompendo todos os acordos legislativos do Brasil com aquele país”, disse de imediato.

“É algo inimaginável, que só existe em ditaduras.” Ele exigia a retratação. Dilma precisava decidir “se fica ao lado de tiranetes ou do Congresso Nacional”.

A Venezuela autorizou o vôo (pago por você) na tarde de terça-feira, dia 16. O ministro Jacques Wagner havia explicado o que aconteceu: “Qualquer avião da FAB, para sair daqui e ir a qualquer lugar, pede ordem de passagem pelo espaço aéreo e para o pouso. Aquilo lá é outro país”. Sério?

Caiado se aproveitou do interregno entre o requerimento e a permissão para fazer sua pregação antibolivariana doidivanas. Espécie de revoltado off line, seu terreno é o da paranoia e da mistificação. Dado o ok, dirá que foi fruto da pressão dos parlamentares.

Ainda que não fosse fornecida a permissão, por que diabos deveria um país liberar a visita de estrangeiros manifestamente contra o regime? Os EUA, por exemplo, vetam frequentemente ativistas e artistas. Fernando Gabeira está banido. Até gente como Amy Winehouse e a apresentadora de programas de culinária Nigella Lawson não puderam pisar lá.

Funciona assim em qualquer lugar do mundo, menos, aparentemente, no mundo dos ronaldos caiados. Para fazer esse tipo de furdunço idiota, é mais fácil contratar o dono dos Revoltados On Line. Em sua pilantragem, Marcello Reis é mais honesto.