Caiado e Bolsonaro são farinha do mesmo saco. Por Carlos Fernandes

Atualizado em 24 de novembro de 2024 às 22:58
Jair Bolsonaro e Ronaldo Caiado. Foto: Divulgação

Por Carlos Fernandes

Diz o adágio popular que a política adora as traições, mas odeia os traidores.

Jair Bolsonaro, que pelo conjunto da obra saiu da presidência da República para entrar no rol dos traidores da pátria, numa atuação que fez o infame Joaquim Silvério dos Reis parecer um mero menino de recados, vai agora encontrando o destino que a história lhe reservou.

Aos poucos sendo defenestrado do cargo de “mito” para ser despachado como pária incompetente da extrema-direita, ele assiste de camarote à fila dos requerentes a presidenciáveis andar vertiginosamente.

Já autoproclamado candidato, o atual governador de Goiás e antigo apoiador do Messias, Ronaldo Caiado, do União Brasil, resolveu, em evento público, bater mais um prego no caixão do ex-presidente.

Em jantar de abertura da 55ª convenção da CONIB (Confederação Israelita do Brasil) – lugar, diga-se de passagem, muito apropriado para as traições da direita –, ao ser questionado sobre os indiciamentos da PF, que atingiram em cheio o então aliado de longas datas, foi taxativo: “Bolsonaro foi indiciado, e daí? A vida continua.”

Jair Bolsonaro e Ronaldo Caiado. Foto: Divulgação

Nada como um dia após o outro, diriam os mais comedidos. O homem que será eternamente lembrado pelo inacreditável “E daí? Não sou coveiro” – quando perguntado pelas então 300 mil mortes de brasileiros pela COVID em seu governo – hoje sente na pele a dor do descaso.

É, sem tirar nem pôr, aquela velha e inexorável sentença que nos alerta: quem com desprezo fere, com desprezo um dia será ferido.

Jair Bolsonaro e Ronaldo Caiado são produtos da mesma matéria, farinha do mesmo saco; daí a imensa semelhança entre eles no que tange ao menosprezo pela defesa da democracia e do Estado Democrático de Direito, que Caiado, neste mesmo evento, classificou ainda como “coisa pequena”.

E é assim mesmo que as coisas se definem. O primeiro, por tudo o que fez, vai tendo o que merece. O segundo, que claramente não aprendeu nada com os erros do primeiro, não perde por esperar.

Afinal, o “E daí?” fez escola.

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Carlos Fernandes
Economista com MBA na PUC-Rio, Carlos Fernandes trabalha na direção geral de uma das maiores instituições financeiras da América Latina