
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), criticou neste domingo (5) o senador Ciro Nogueira (PP-PI) após o ex-ministro de Jair Bolsonaro declarar apoio antecipado ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para a eleição presidencial de 2026. Em publicação nas redes sociais, Caiado classificou como “vergonhosa” a tentativa de Ciro de se colocar como “porta-voz” do ex-presidente e de se aproximar da chapa como possível candidato a vice.
“A ansiedade de Ciro Nogueira em se colocar como candidato a vice-presidente do governador Tarcísio é vergonhosa, e algo tão gritante que ele já se coloca como porta-voz do presidente Bolsonaro, o que ele não é”, afirmou Caiado. O governador goiano acrescentou que, se Bolsonaro tivesse um porta-voz, seria “a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ou um de seus filhos”.
A resposta veio após Ciro afirmar ao Globo que apenas Tarcísio e Ratinho Júnior (PSD-PR) teriam viabilidade eleitoral hoje, desde que contassem com o apoio direto de Bolsonaro. Segundo o senador, ambos “têm metade da rejeição de Bolsonaro e quase 40% de desconhecimento”, o que, em sua avaliação, seria um “potencial de crescimento”.

Caiado interpretou a fala como uma tentativa de excluir outros nomes da direita do debate sobre 2026. “De pronto, Ciro já veta pelo menos três pré-candidaturas: as de Romeu Zema, Eduardo Bolsonaro e a minha, prestando um enorme desserviço à direita”, escreveu o governador, reforçando que não precisa da “benção” do senador para disputar espaço político.
O embate expõe fissuras no campo conservador, em meio à indefinição de Bolsonaro sobre quem apoiará na sucessão presidencial. Enquanto Tarcísio tenta se manter distante das articulações antecipadas, outros líderes de direita — como Caiado, Zema e Ratinho Júnior — buscam se posicionar como alternativas viáveis ao ex-presidente.
A tensão é ampliada pela recente federação entre União Brasil e Progressistas, que colocou Caiado e Ciro sob o mesmo guarda-chuva partidário. Aliados do governador reconhecem que ele enfrenta resistência dentro da nova estrutura e que suas críticas ao senador são também um gesto de afirmação política, num momento em que a direita tenta reorganizar forças para 2026.