Caiado está inelegível? Calma que não é bem assim. Por Moisés Mendes

Atualizado em 12 de dezembro de 2024 às 8:41
Ronaldo Caiado (União Brasil), governado de Goiás, condenado pelo TRE-GO por abuso de poder político – Foto: Reprodução

A juíza Maria Umbelina Zorzetti condenou o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) por abuso de poder político, o que o torna inelegível por oito anos. E cassou o registro do prefeito eleito de Goiânia Sandro Mabel (também do União) e da vice-prefeita Claudia Lira (Avante).

A denúncia contra Caiado e Mabel à Justiça Eleitoral foi feita pelo Ministério Público, que acolheu Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) protocolada pela chapa do candidato adversário a prefeito de Goiânia, Fred Rodrigues (PL), este ano.

Essa é a acusação: abuso de poder político, pelo uso do Palácio das Esmeraldas, sede do governo, em festa de Caiado de apoio à candidatura de Mabel logo após o primeiro turno das eleições municipais.

O que vai acontecer? Caiado não poderá concorrer em 2026 ao Palácio do Planalto? Apesar de a condenação estar nas manchetes de todos os jornais e ser noticiada de forma enviesada pelo Jornal Nacional, talvez não aconteça nada. Porque a decisão não é, como a maioria noticiou, incluindo o JN, uma sentença do Tribunal Regional Eleitoral.

É uma condenação de primeira instância, certamente tomada por uma juíza que não teme a cara feia da extrema direita goiana. O TRE ainda não entrou na questão. Vai entrar quando os condenados apresentarem recurso.

E aí acontecerá o que acontece como regra em todos os TREs do país. Direita e extrema direita escapam quase sempre. Em Santa Catarina, no Paraná, no Rio Grande do Sul, em toda parte.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o seu candidato em Goiânia, Sandro Mabel – Foto: Reprodução

Caiado e Mabel deverão ganhar de goleada, quando o recurso for apreciado pelo colegiado do TRE, que tem sete desembargadores. E em Brasília? Em Brasília, no TSE, em caso julgado esse ano, Sergio Moro foi absolvido por abuso de poder econômico. E o caso do senador bolsonarista catarinense Jorge Seif, também pelo mesmo delito – e envolvendo o véio da Havan –, que deveria ter sido julgado em abril, está dentro de uma gaveta.

Podem dizer que nem sempre direita e extrema direita vencem. Sim, podem dizer que há sempre a exceção e às vezes a direita é enquadrada, como aconteceu com Bolsonaro, um caso à parte e único.

Mas, como até o estagiário do Supremo e o Zé do Bode sabem, exceção existe para provar que existe a regra. Caiado e Mabel devem estar dando risada das manchetes que anunciam um problemão que ainda não existe.

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