
POR LEA PRADO
Parece que Rita Lee levou bem a sério a letra de sua própria canção “um belo dia resolvi mudar, e fazer tudo o que eu queria fazer…”, trecho de Agora só falta você, feita em parceria com a banda Tutti Frutti, que integra o disco Fruto Proibido (1975).
Além de cantora, a multiartista foi compositora, atriz, apresentadora, escritora e ativista da causa animal e do meio ambiente.
Costumava dizer que “morar numa floresta junto à natureza sempre foi a utopia predileta”.
Talvez ela tenha conseguido realizar esse sonho quando trocou o apartamento em Higienópolis pelo sítio no interior de São Paulo.
O desejo de conscientizar os pequenos sobre a destruição do meio ambiente foi concretizado com criatividade por meio de seus livros infantis.
A cantora resolveu mergulhar no universo da literatura e, entre os anos de 1986 a 1992, lançou a coleção Dr. Alex, Dr. Alex e os Reis de Angra e Dr. Alex e o Oráculo de Quartz. São as aventuras de um ratinho pacifista que defende a natureza e os animais.
Provavelmente a inspiração para a personagem tenha vindo do bichinho de estimação adotado para sossegar seus pequenos.
Em seu livro Rita Lee – Uma autobiografia (2016) ela dá uma pista. Conta que “para acalmar um pouco os ânimos infantis, precisávamos urgentemente de um pet, então fomos ao Instituto Biológico e adotamos o ratinho Alex”.
Rita Lee ainda escreveu para o público infantil Amiga ursa: Uma história triste, mas com final feliz (2019), Dr. Alex e Vovó Ritinha: Uma aventura no espaço (2022). Explorou a ficção contemporânea com Storynhas (2013) e Dropz (2017).
No gênero biográfico lançou Rita Lírica (1996), Rita Lee: Uma autobiografia (2016) e favoRita (2018).
Em 2016, a multiartista abocanhou o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) em Literatura, na categoria Biografia com o livro Rita Lee: Uma Autografia, lançado no mesmo ano.
Quando perguntada sobre como foi escrevê-lo, respondeu “…sabe quando dizem que antes da morte passa aquele filminho da vida toda? Foi assim que aconteceu”.
O título figurou no topo, entre os mais vendidos de 2016. Rita, na mesma premiação, também foi escolhida para o Grande Prêmio da Crítica, homenagem por sua carreira na música.
A primeira aparição de Rita Lee no cinema foi uma ponta no filme As amorosas (1968), de Rogério Duprat e Walter Hugo Khouri.
Duprat convidou os Mutantes, do qual a cantora era integrante, para tocar a trilha sonora – Misteriosas Rosas Brancas e O Tigre. Na apresentação, realizada em um bar da Galeria Metrópole, na capital paulista, ela aparece tocando flauta doce.
Atuou ainda no filme Dias Melhores Virão (1989), de Cacá Diegues; no curta-metragem Tanta Estrela por Aí… (1992), de Tadeu Knudsen, que lhe rendeu prêmio no Festival de Cinema em Gramado; e em Durval Discos (2001), de Ana Muylaert. Fez pontas nas novelas Top Model (1989) e Vamp (1991), de Antonio Calmon. Comandou o programa TVLeezão na MTV, em 1991; e integrou o programa Saia Justa, da GNT, entre 2002 e 2004.
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