Caminhoneiros abandonam Bolsonaro e não vão a ato na Paulista: “Sem clima”

Atualizado em 15 de fevereiro de 2024 às 13:07
Caminhoneiros foram até o Planalto apoiar Bolsonaro em 2021. Foto: Cristiano Mariz/O Globo

Uma manifestação marcada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o final do mês na Avenida Paulista, em São Paulo, com o intuito de “se explicar”, não deve contar com a adesão dos caminhoneiros, segundo Wallace Landim Chorão, presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava).

Chorão ressaltou que, apesar dos esforços de parlamentares bolsonaristas nas redes sociais para convencer os caminhoneiros a participarem do movimento e de uma possível paralisação, fatores como as condições climáticas e o período de colheitas tornam improvável uma adesão expressiva neste momento.

“Estão mais uma vez tentando usar o seguimento (dos caminhoneiros) como massa de manobra. Porém, não há clima para uma paralização geral, especialmente devido às questões climáticas e as atividades de colheita em curso”, explicou.

O líder da Abrava também destacou que, caso ocorra alguma forma de paralisação, esta será “pontual e desordenada”. Ele reitera a importância de defender os direitos dos caminhoneiros sem se alinhar a bandeiras políticas, uma posição que tem enfatizado repetidamente.

Jair Bolsonaro convoca para ato na Paulista

Na última segunda-feira (12), o ex-presidente convocou seus seguidores a irem até a Avenida Paulista no dia 25 de fevereiro. No vídeo de divulgação do evento, ele pediu aos apoiadores que não levem dizeres que possam ser interpretados com teor golpista.

“No último domingo de fevereiro, dia 25, às 15h, estarei na Paulista realizando um ato pacífico em defesa do nosso Estado Democrático de Direito. Peço a todos vocês que compareçam trajando verde e amarelo. E mais do que isso: não compareçam com qualquer faixa ou cartaz contra quem quer que seja”, disse.

Segundo o jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles, a iniciativa para o ato partiu do pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e aliado próximo do ex-presidente.

Malafaia e Bolsonaro discutiram o assunto durante o Carnaval e definiram a data para o evento. O pastor também será responsável pelo trio elétrico de onde Bolsonaro fará seu discurso.

A manifestação visa a defesa de Bolsonaro diante das recentes acusações de golpismo que resultaram em operações da Polícia Federal contra ele e seus aliados nas últimas semanas, além de manter as pautas da extrema-direita em alta para buscar um bom desempenho nas eleições municipais.

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