O partido de Jair Bolsonaro, PL, alugou uma mansão na área nobre de Brasília, a dez quilômetros do Palácio do Planalto. O imóvel passa por uma intensa reforma há pelo menos dois meses. O antigo locatário era o empresário Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, empresa que foi investigada pela CPI da Covid, suspeita de tentar superfaturar contrato de venda de vacinas.
A casa, que tem 740 metros quadrados, sete quartos, quatro salas, adega privativa e subsolo, está sendo adaptada para se tornar o escritório que vai sediar o comitê da campanha à reeleição de Bolsonaro. Estão sendo construídos espaços exclusivos para o atual presidente, seu candidato a vice e também gabinetes reservados para caciques do Progressistas e do Republicanos, agremiações do governo.
A ideia do PL é concentrar todas as atividades da campanha de Bolsonaro no local, evitando eventuais questionamentos sobre o uso de repartições federais para fins eleitorais.
Comparado a 2018, quando o ex-capitão utilizou um anexo na casa de um empresário para a gravação de inserções televisivas e produção de conteúdo para as redes sociais, a estrutura agora será profissional. O novo QG bolsonarista terá várias divisões, com salas para o marqueteiro da campanha e instalações para reuniões com apoiadores e equipes.
O partido avalia ainda montar um estúdio para produzir programas de rádio e televisão, além de infraestrutura para as plataformas digitais.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, não divulgou os valores envolvidos para a reforma. A região têm aluguel mensal entre R$ 15 mil e R$ 20 mil. Dinheiro, porém, não é problema, já que o partido dispõe de cerca de 280 milhões de reais de Fundo Eleitoral.
Mesmo com a nova locação, a sede atual ainda será mantida, na região central da capital.