Campanha de Bolsonaro gastou milhões com gráfica investigada por lavagem de dinheiro

Atualizado em 8 de novembro de 2022 às 16:21
O presidente Jair Bolsonaro (PL) no último dia de sua campanha de reeleição, em BH
Foto: Reprodução/Caio Guatelli/AFP

A campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi derrotado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), gastou um montante de aproximadamente R$ 5 milhões em serviços de uma gráfica.

De acordo com a prestação de contas do Partido Liberal (PL) fornecida ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Unipauta Formulários Ltda foi contratada apenas no segundo turno, porém, já mostrou ser o quarto maior gasto de Bolsonaro nas eleições.

A plataforma DivulgaCand do TSE revelou que a campanha do PL gastou R$ 4,7 milhões em bandeiras, adesivos, santinhos, folders e outros materiais gráficos somente entre os dias 14 e 21 de outubro, depois do primeiro turno. No entanto, até agora, não foram apresentadas as notas fiscais dos gastos pelo presidente.

No caso das outras despesas realizadas, as notas fiscais já foram entregues e estão disponíveis online. O prazo final para fechar as contas, sem incorrer em penalidades pelo TSE, é até o próximo dia 19.

Dados de custos do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha
Foto: Reprodução/TSE/DivulgaCand

O valor que a campanha de Bolsonaro pagou à Unipauta é significativamente maior que o de mais de 20 outras gráficas contratas pela campanha, e maior até do que o gasto com impulsionamento de anúncios no Google, que foi de R$ 4,5 milhões.

O cadastro da Receita Federal informou que a empresa pertence a Sandra Figueroa da Silva, que é ex-mulher de Sebastião Figueroa Siqueira, o empresário pernambucano que foi apontado pela PF sendo o líder de um grupo de empresas beneficiadas por contratos de mais de R$ 100 milhões com o governo de Pernambuco entre 2013 e 2020.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal, são corporações suspeitas de fraudes e de servirem apenas como companhias de fachada.

Em fevereiro de 2021, o procurador regional da República Joaquim José Dias, em um pedido de prisão preventiva apresentado à Justiça federal de Pernambuco, afirmou que Sebastião coordena à frente de uma “ampla rede” de uma organização criminosa e “se vale de um conglomerado de empresas, notadamente voltadas para a atividade de gráfica”.

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