Campanha do PT mostra quem sustenta o estado: o trabalhador assalariado

Atualizado em 29 de junho de 2025 às 8:23

O Partido dos Trabalhadores lançou uma campanha em defesa do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. A medida é uma resposta direta à estrutura tributária brasileira, marcada por uma desigualdade escancarada, em que quem vive de salário paga proporcionalmente muito mais do que quem lucra com dividendos, especulação financeira ou apostas.

A campanha, centrada na chamada “taxação BBB” — bilionários, bancos e bets —, acerta ao denunciar esse desequilíbrio e ao propor que os mais ricos finalmente comecem a pagar o que devem. Em um país em que a renda do trabalho é tributada de forma pesada enquanto grandes fortunas escapam do fisco, a proposta tem um caráter de correção histórica. Não se trata de discurso populista, como apontam críticos, mas de uma tentativa de enfrentar a estrutura injusta que favorece uma minoria no topo.

Segundo dados da própria Receita Federal, o Brasil arrecadou mais de R$ 1,1 trilhão em impostos de janeiro a maio deste ano, recorde para o período. Esse volume, no entanto, é sustentado por uma base tributária distorcida, em que trabalhadores e pequenos empresários arcam com a maior parte da carga, enquanto grandes grupos financeiros e investidores contribuem proporcionalmente muito menos.

A desigualdade no Brasil não se expressa apenas nos índices sociais, mas também na forma como o Estado cobra impostos. A elite econômica, que tem acesso a planejamentos tributários agressivos e contas blindadas, paga menos do que quem recebe por mês o equivalente a um jantar em um restaurante de luxo.

Nesse cenário, a proposta do governo de isentar salários de até R$ 5 mil e reduzir a alíquota até R$ 7 mil é um passo que deve ser valorizado. Mesmo sem resolver todos os problemas estruturais, ela alivia a pressão sobre milhões de famílias e aponta para um caminho em que justiça fiscal deixa de ser promessa de campanha e passa a se concretizar.