Campanha esdrúxula que associa Bolsonaro ao PT tem a digital de Moro, um dos pais do bolsonarismo. Por Joaquim de Carvalho

Atualizado em 2 de outubro de 2020 às 13:18
Sergio Moro e a campanha do decadente Vem Pra Rua por manifestação

A esdrúxula campanha lançada na rede social em que Bolsonaro é associado ao petistas tem o DNA de Sergio Moro e a Lava Jato.

A ligação é evidenciada, por exemplo, nas postagens de uma entidade decadente, o Vem Pra Rua, linha de frente no golpe contra Dilma Rousseff em 2016.

Como mostraram os vazamentos publicados pelo Intercept, o Vem Pra Rua era uma das entidades mobilizadas pelos lavajateiros quando queriam manipular a opinião pública.

Desta vez, o Vem Pra Rua está repostando vídeo antigo, em que convoca o povo para manifestações, mas não informa quando estas se realizarão.

Em maio, quando Moro deixou o governo que ajudou a criar, o Vem Pra Rua divulgou o mesmo vídeo. Até hoje, não houve manifestação.

A revolta dos extremistas com o antigo ídolo Bolsonaro se deu em razão da indicação de Kassio Nunes para o Supremo Tribunal Federal.

Os lavajateiros ainda sonhavam com alguém na corte que pertencesse ao time deles, favorável ao Estado policial. Hoje contam com dois nomes: Luiz Fux — “in Fux We Trust” – e Edson “ahá uhu é nosso” Fachin.

Moro já era visto como fósforo riscado, depois que mediu forças com Bolsonaro, e perdeu e também em razão do notório analfabetismo jurídico, como apontaram nomes expressivos do Direito.

Ainda havia a esperança de Marcelo Bretas ocupar uma cadeira. Mas, tanto quanto Moro, lhe falta o notório saber jurídico.

Na Constituição, felizmente, não se considera justiçamento um dos requisitos para se tornar ministro do STF.

Até agora, não se viu manifestação do procurador Diogo Castor de Mattos em favor de uma campanha de rua contra a indicação de Kassio Nunes.

O procurador é um militante conhecido.

Já chegou a pagar do próprio bolso outdoor de autoelogio e de apoio à Lava Jato. Usou indevida e criminosamente nome de terceiro para fazer a propaganda.

Será difícil desta vez usar esse subterfúgio, já que responde no Conselho Nacional do Ministério Público a um processo administrativo disciplinar que pode gerar uma suspensão de 90 dias.

Difícil entender por que a pena proposta não é a de demissão — falsidade ideológica é crime.

Veja o vídeo patético que o Vem Pra Rua divulga de maneira recorrente sem conseguir realizar manifestações.

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PS: Januário Paludo, o pai da turma, teria ficado revoltado com a indicação de Kassio Nunes para o STF. O perigoso procurador teria externado sua opinião a colegas do Ministério Público Federal.