Campinas está “submetida aos terroristas”, diz professor ameaçado em bloqueio golpista

Atualizado em 6 de dezembro de 2022 às 9:19
Professor Lejeune Mirhan. (Foto: Reprodução)

No relato abaixo, o professor Lejeune Mirhan fala sobre a repercussão do episódio que viveu no último sábado (4) em que teve o carro parado em um bloqueio golpista próximo de sua casa, na cidade de Campinas, e conta ainda sobre a aparente conivência da prefeitura local com os manifestantes. Acompanhe:

Foi grande a repercussão dos episódios do sábado à noite, 20h15, dia 3 de dezembro. O vídeo que fizemos contra os fascistas e terroristas viralizou amplamente em todas as redes sociais. Recebi mais de duas mil mensagens de WhatsApp. O vídeo que publiquei em meu Facebook teve mais de cinco mil visualizações e mais de 500 comentários. Os vídeos publicados pelo 247 e pelo DCM já ultrapassaram 200 mil visualizações.

Desde o começo sabíamos que eles não iriam parar. Moramos a uma quadra do acampamento fascista e golpista. Eles vão nos molestar e talvez até fazer alguma maldade contra a nossa família. Nada tememos vindo desses fascistas. Estamos tomando todas as precauções para que o pior não aconteça, mas não recuaremos um milímetro.

A empresa de trânsito de Campinas, por pressão de moradores e vereadores e após eu ter protocolado um ofício ao prefeito pela manhã levantando a suspeita de que ele e a máquina municipal estariam apoiando os golpistas, determinou que a empresa de trânsito, a EMDEC, desobstruísse as vias próximas à Escola de Cadetes após 35 longos dias de bloqueio que contaram com o apoio da própria empresa de trânsito.

No entanto, nada foi feito. Os golpistas e fascistas não permitiram sequer que a empresa de trânsito levasse seus próprios cavaletes e cones e fizeram pior ainda: fecharam completamente as duas pistas da avenida com uma imensa faixa com os dizeres “Forças Armadas salvem a Nação!”.

Ninguém passa mais na grande avenida. Nós voltamos para casa vindos de uma atividade familiar e social, chegamos perto do bloqueio por volta das 21h50. Para chegarmos à nossa residência temos que passar, invariavelmente, próximo do acampamento.

Para nossa surpresa, um aglomerado de fascistas nos reconheceram. Fizeram sinais obscenos com os dedos apontados para minha esposa, seguidos de xingamentos. Achamos que parariam por aí. Ledo engano. Ao entrarmos na garagem com nosso carro, passaram em frente da nossa casa buzinando intermitentemente, xingando em altos brados a minha esposa de “vagabunda”, “vaca” e “p*.”  Foram mais adiante: falaram “petistas filhos da p…”. Jamais fui e jamais serei do PT, mas mal sabem eles que somos verdadeiros comunistas.

Sentimos isso como uma clara ameaça física à nossa família. Até onde esses fascistas podem chegar? Que devemos fazer?

Ligamos para o 190 da PM imediatamente. Eles acenderam um alerta geral na polícia militar e disseram para que os acionássemos imediatamente se novos episódios ocorressem. Não conseguimos anotar a placa do veículo, mas nosso sistema de câmeras captou tudo e amanhã ( terça-feira, dia 06) coletaremos esses dados.

Fomos orientados a formalizar um B.O. na delegacia de polícia mais próxima.

Nesta terça protocolarei uma representação junto ao Ministério Público Estadual, na promotoria de Direitos Humanos. Voltarei a exigir da prefeitura a efetiva desobstrução das vias públicas, com requisição de força policial. Não é possível a 12ª maior cidade do país estar submetida aos terroristas e golpistas. As forças patrióticas e democráticas devem reagir à altura.

Espero que a Câmara Municipal de Campinas também tome suas providências, em especial com a direção da escola militar, para que eles também peçam a desobstrução da via pública, sob pena de serem acusados de conivência.

Faremos também uma representação junto ao gabinete da presidência do TSE, com o ministro Alexandre de Moraes, onde relataremos os últimos episódios.

Ninguém aguenta mais essa situação de caos em nosso pacato bairro e em nossa cidade.

Abaixo, o vídeo do episódio de sábado:

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