Campos Neto cita “incertezas” sobre crescimento do Brasil, mas enfatiza: “Começando a dar resultado”

Atualizado em 9 de novembro de 2023 às 10:33
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. (Foto: Reprodução)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, abordou as incertezas em relação ao crescimento futuro do Brasil durante um evento em Nova York. Apesar dos juros elevados, ele observou a queda das taxas, o desempenho surpreendente da economia brasileira e os resultados das reformas em andamento.

“Existem ainda muitas incertezas sobre o futuro crescimento do Brasil”, disse. “Temos muitas reformas e elas estão começando a mostrar resultado”.

O líder do Banco Central também destacou o papel significativo da agricultura no crescimento brasileiro, projetando um crescimento de cerca de 3% para este ano. Contudo, ele previu uma desaceleração para o próximo ano.

Redução de juros, mercado de crédito e reabertura dos mercados de capitais

Campos Neto informou sobre o processo de corte de juros em andamento no Brasil, sinalizando uma maior atividade no mercado de crédito e a reabertura dos mercados de capitais. Ele abordou a redução nas emissões de renda fixa e os desafios no mercado de ações, expressando a intenção de superá-los.

Cédulas e moedas de Real. (Foto: Reprodução)

“No Brasil, os mercados de capitais nunca se fecharam, mas tivemos uma redução nas emissões de renda fixa. O mercado de ações no Brasil tem sido um mercado difícil e isso também se deve aos emissores, mas um dos objetivos é tentar mudar isso”, afirmou.

A “desancoragem dupla” no Brasil também foi comentada pelo presidente do BC, além de ele ter ressaltado que mudar a meta fiscal de 2024 teria custos maiores do que benefícios, devido ao aumento da incerteza.

“O custo de fazer isso (mudar a meta) é maior do que o benefício em termos de gastar um pouco mais, e por muito, em termos da incerteza que gera e do custo da incerteza em variáveis macroeconômicas, uma das quais é o investimento, que promove o crescimento”, disse.

Campos Neto acrescentou que uma mudança da meta, que hoje prevê zeragem do déficit primário em 2024, poderia ser interpretada pelos agentes econômicos como um “abandono” do novo arcabouço fiscal, que tornaria muito mais difícil estimar o crescimento das despesas do governo nos próximos anos: “Nós, economistas, quando temos mais incerteza, tendemos a embutir prêmio, e o mercado também”.

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