Canais bolsonaristas apagam centenas de vídeos do YouTube com ataques ao TSE e STF, diz pesquisa

Atualizado em 16 de setembro de 2022 às 6:47
Streaming YouTube
Foto: Chris Ratcliffe/Bloomberg

O levantamento Novelo Data em parceria com a “Essa Tal Rede Social” mostra que canais de extrema-direita e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) estão acelerando a retirada de vídeos contendo desinformação e ataques ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Pelo menos 5 mil vídeos publicados no YouTube entre dezembro de 2017 e agosto de 2022 foram retirados do ar na última semana.

O engajamento de contas na remoção de conteúdos desinformativos, sobretudo após os atos do 7 de Setembro, está associada com temores de retaliação por parte do TSE, que desenvolveu ferramentas de fiscalização para avaliação de conteúdo, na avaliação do fundador da Novelo Data, Guilherme Felitti. Com informações do Globo.

“Parece existir um movimento de ir até um certo limite, não passar desse limite. Passou o 7 de Setembro e agora existe um cuidado (desses gerenciadores de contas de extrema-direita) em limpar esses rastros para evitar qualquer responsabilização no TSE e no Supremo. Isso se acentua quando os youtubers acham que tem alguém olhando e fiscalizando”, avalia.

O canal Universo se destaca entre esses canais de extrema-direita. O canal de 477 mil inscritos retirou 3.012 conteúdos desinformativos e com ataques às instituições na última semana. A conta é administrada pelo bolsonarista e sósia do cantor Roberto Carlos, Roberto Boni. Se contar o material excluído também de sua conta secundária, a Universo Filial, com 53 mil inscritos, o número chega a 3.091.

Candidato a deputado estadual por São Paulo pelo PMB, Boni é investigado pelo TSE por ataques às urnas eletrônicas. Em 2021, ele teve o canal desmonetizado pelo tribunal por espalhar desinformação sobre o processo eleitoral.

O canal Questione-se, com 949 mil inscritos, também teve um grande movimento de exclusão de vídeos na última semana. Os responsáveis pelo perfil ocultaram 759 publicações que continham ataques a desafetos de Bolsonaro, entre eles ministros do STF, e que questionavam o sistema eleitoral brasileiro.

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