
Foto: Reprodução
Ex-presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Gilson Lemes prometeu pagamento de “vantagens pessoais” retroativas a magistrados mineiros com dois objetivos: manter influência na base do Judiciário e reforçar sua candidatura a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) ao defender a reeleição de Jair Bolsonaro, segundo o jornal Folha de S.Paulo.
Lemes é apoiado pelo deputado federal e filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O ex-presidente do TJMG participou do evento eleitoral na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais que formalizou o apoio do governador Romeu Zema à reeleição de Jair Bolsonaro.
Lemes elegeu o sucessor, desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho, seu braço direito na administração. Poucos dias antes da eleição, em abril, ele distribuiu uma “Mensagem Reservada” aos magistrados, com a cronologia de novos valores que receberiam nos meses seguintes, inclusive pagamentos que seriam feitos na gestão do sucessor.
Em maio, por exemplo, auxílios-transporte, saúde e alimentação, e parcela dos atrasados referentes a URV/PAE. Em junho, pagamento extraordinário de plantão. A mensagem previa para 1º de julho o “pagamento de até 30 dias de férias regulares aos magistrados a que têm direito”.
Lemes utilizou a estrutura do TJMG para manter sua exposição pública. Em fevereiro, inaugurou um escritório de representação do tribunal em Brasília.
O Tribunal de Justiça de MG criou para Lemes a Superintendência Jurídica Institucional. O órgão já mantinha uma Superintendência de Relações com os Tribunais Superiores e o CNJ.
Nesta semana, Lemes divulgou fotos nas redes sociais: “Estivemos, junto com o assessor Alexandre Ramos, despachando com o ministro Luiz Fux, no STF, importantes questões que embargam andamento de procedimentos administrativos do TJ-MG”. Ramos foi chefe de gabinete de Lemes e é secretário do atual presidente.
“Quem não é visto não é lembrado”, disse o senador Antonio Anastasia, na inauguração do escritório em Brasília. O governador Romeu Zema afirmou que “estar próximos nos torna mais visíveis, e nos dá mais condições de ter nossas questões analisadas com maior agilidade.”
Estavam presentes no ato 30 desembargadores, juízes e servidores do TJ-MG; políticos, membros da OAB, das polícias Militar e Civil, do Exército e da Maçonaria. Entre os parlamentares na lista oficial, Eduardo Bolsonaro era o único que não pertencia à bancada mineira. Ele disse que sua presença era uma retribuição a Lemes, “que me recebeu tão bem em Minas Gerais”.
Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link