Candidato negro e mulheres processam partido de Bolsonaro por não receberem verba

Atualizado em 14 de setembro de 2022 às 15:45
Presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Hélio Negão
Foto: Reprodução

O Partido Liberal, legenda do presidente Jair Bolsonaro (PL), é alvo de uma ação de candidatos do próprio partido, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por não terem recebido nenhum valor do Fundo Especial. Os políticos ainda acusam o partido de prejudicar suas campanhas e favorecer outras candidaturas na disputa pela vaga de deputado federal pelo Paraná.

A ação foi movida por três candidatas mulheres e um candidato autodeclarado negro em seu preenchimento de dados para à Justiça Eleitoral.

Na ação conjunta, é ressaltado pelos membros que nenhuma das oitos candidatas mulheres do PL recebeu verbas do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. Dos cincos candidatos negros, apenas um recebeu esse tipo de verba.

“Quando fui convidada pelo PL para disputar vaga na Câmara, eu já era pré-candidata e iria me filiar a outro partido. Mas fui para o PL porque é o partido do presidente Bolsonaro. Me sinto hoje enganada, ludibriada e humilhada enquanto mulher. Fizemos pré-campanha em 40 municípios para, depois, vir essa humilhação. Como eu não aceito injustiça, ingressamos com essa ação no tribunal”, diz Flávia de Azevedo, uma das autoras da ação, ao jornalista Guilherme Amado.

O advogado dos candidatos realçou que, em contrapartida, existem três políticos do partido exercendo mandato e concorrendo à reeleição que receberam juntos uma soma de mais de R$ 5 milhões como recursos para suas campanhas.

“Tendo como paradigma o valor de R$ 5.450.000,00 recebidos pelos 3, como que as mulheres integrantes do Partido irão competir em igualdade sendo que nenhuma delas recebeu um real sequer do Fundo Especial de Financiamento de Campanha?”, disse o advogado, ressaltando que a distribuição do fundo é determinado por lei e não cabe, nesses casos, liberdade da escolha do valor atribuído por critérios de conveniência e oportunidade do partido.

A ação foi distribuída para o ministro Carlos Horbach, nomeado para ocupar o cargo de ministro titular do TSE por Bolsonaro.

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