Candidatos do PT divulgam carta contra direita e alertam para “sufocamento” do governo Lula

Atualizado em 2 de julho de 2025 às 6:28
Rui Falcão falando, sério, com estrela vermelha ao fundo
O deputado federal Rui Falcão (PT) – Reprodução

Os candidatos à presidência do Partido dos Trabalhadores (PT) Rui Falcão, Valter Pomar e Romênio Pereira divulgaram no último domingo (29) uma carta conjunta à militância petista com duras críticas ao Congresso Nacional e ao papel de partidos de direita com cargos no governo.

No documento, os três afirmam que setores conservadores estão “tentando sufocar o governo Lula” e convocam os filiados a se mobilizarem contra essa ofensiva. A publicação ocorre a uma semana do primeiro turno da eleição interna do PT, marcada para 6 de julho.

O texto cita diretamente a derrubada do decreto que aumentava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) como “a gota d’água de algo que vem ocorrendo desde o golpe contra a presidenta Dilma, em 2016”. Os parlamentares de direita, segundo a carta, estariam tentando “governar o Brasil esvaziando os poderes delegados pelo povo ao presidente Lula”.

Na avaliação dos candidatos, é necessário que o governo recorra ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Congresso e adote medidas mais duras contra o que chamam de “cerco institucional”. O texto também propõe o fim dos subsídios a “super-ricos” e a substituição de ministros cujos partidos, segundo eles, estão “preparando uma candidatura bolsonarista contra Lula”.

Valter Pomar falando e olhando para o lado
O dirigente petista Valter Pomar – Reprodução

A carta é um chamado à base partidária: “Se a direita está em campanha, vamos responder com força organizada e mobilizada. Militantes do PT: venham, votem e garantam que nosso partido tenha um grande futuro pela frente”, conclui o documento.

O ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, considerado o principal nome na disputa pela presidência do PT, foi o único dos quatro candidatos que não assinou a carta. O atual presidente interino da legenda é o senador Humberto Costa (PE), que assumiu o cargo em março de 2025 após a saída de Gleisi Hoffmann para integrar o governo Lula.

A eleição do novo presidente do PT será feita por meio do Processo de Eleição Direta (PED 2025), cujo primeiro turno ocorre no dia 6 de julho. Caso necessário, o segundo turno está previsto para 20 de julho.