Candidatura de Pablo Marçal força Nunes a abraçar de vez o bolsonarismo

Atualizado em 30 de maio de 2024 às 7:28
Ricardo Nunes (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). Foto: André Ribeiro/Folhapress

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), está duplamente pressionado após o anúncio do influenciador Pablo Marçal (PRTB) como pré-candidato à Prefeitura. Além de “roubar” muitos pontos percentuais nas pesquisas de intenções de votos, Nunes precisa fortalecer as alianças com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em busca de votos da extrema-direita paulistana.

A candidatura de Marçal já obteve 7% das intenções de voto na Datafolha, e 10,4% na AtlasIntel. A primeira pesquisa mostra Nunes em um empate técnico com Guilherme Boulos (PSOL), com Nunes aparecendo com 23% e Boulos com 24% das intenções de voto. A adição de Marçal na disputa pode fragmentar ainda mais o eleitorado de direita, aumentando a necessidade de Nunes assegurar o apoio explícito de Bolsonaro.

Uma das estratégias sugeridas para garantir esse apoio é o anúncio do coronel da reserva Ricardo Mello Araújo (PL), indicado por Bolsonaro, como vice na chapa de Nunes. No entanto, a alta taxa de rejeição de Bolsonaro na capital paulista tem levado Nunes a adotar uma postura cautelosa em relação à parceria, alternando entre avanços e recuos.

Em fevereiro, Nunes participou de um ato convocado por Bolsonaro na Avenida Paulista, mas evitou ser fotografado ou filmado ao lado do ex-presidente.

Bolsonaro é abraçado por Pablo Marçal em manifestação golpista. Foto: reprodução

Marçal, conhecido como “call center que virou mentor de 10 milhões de brasileiros”, também é famoso por sua controversa tentativa de escalar o Pico dos Marins em condições meteorológicas adversas, que resultou no resgate de seu grupo pelos bombeiros.

Apesar de sua popularidade nas redes sociais, o “coach”, que não gosta de ser chamado assim, tem um histórico político tumultuado. Em 2022, ele tentou se lançar na política como candidato à presidência pelo Pros, mas a candidatura foi retirada pelo partido que decidiu apoiar Lula (PT). Posteriormente, ele se filiou a vários partidos em busca de uma nova chance na política, finalmente se estabelecendo no PRTB.

Marçal tem sido alvo de críticas e polêmicas, incluindo a disseminação de fake news relacionadas aos esforços de resgate após as enchentes no Rio Grande do Sul. Essas alegações foram refutadas pela Secretaria da Fazenda do RS e levaram a medidas legais pela Advocacia-Geral da União (AGU).

Apesar disso, Marçal continua a prometer uma transformação radical para São Paulo, prometendo criar empregos, investir em digitalização e tecnologia, e tornar a cidade a mais poderosa do hemisfério sul.

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