
Os aeroportos de Guarulhos e Congonhas registraram 344 voos cancelados entre quarta e a manhã desta quinta (11) após um vendaval considerado histórico atingir a Grande São Paulo. Só hoje foram 100 cancelamentos, provocando filas extensas, passageiros dormindo em bancos e reflexos também em aeroportos do Rio de Janeiro e de Brasília.
A ventania, inédita por ocorrer sem chuva ou tempestades, alterou toda a malha aérea. Em Guarulhos, 15 partidas e 39 chegadas foram canceladas nesta quinta, somando 117 voos desde quarta. Em Congonhas, 31 chegadas e 15 partidas não decolaram nesta manhã, após um dia anterior ainda mais crítico. Na quarta, o aeroporto registrou rajadas de 96,3 km/h, índice considerado fora do padrão para a região. A operação em Congonhas está aberta, mas continua instável.
Passageiros relatam dificuldades desde ontem. “Tento embarcar para o Santos Dumont desde ontem. O voo remarcado para 10h10 foi cancelado novamente e não há previsão”, disse uma mulher à GloboNews. A cearense Elza, que seguiria de São Paulo para Florianópolis, teve o voo cancelado e só deve embarcar entre os dias 14 e 15.
Em Guarulhos, a GRU Airport afirma que a operação está normalizada, apesar de acúmulo de cancelamentos.

Além dos problemas nos aeroportos, a ventania deixou mais de 2 milhões de imóveis sem luz na quarta e, nesta manhã, ainda havia 1,5 milhão de unidades às escuras na Grande São Paulo, segundo a Enel. A queda de árvores, o fechamento de parques e o cancelamento de consultas hospitalares foram alguns dos efeitos imediatos. Nos aeroportos, companhias aéreas tentam reorganizar rotas e horários.
A falta de energia impactou diretamente o funcionamento urbano. Segundo a CET, 235 semáforos estavam apagados por falta de energia, 20 por falhas e cinco piscavam em amarelo. Às 7h, a lentidão chegou a 203 km, reflexo da combinação entre trânsito reprimido, semáforos desligados e rotas afetadas por quedas de árvores.
Além do trânsito, o abastecimento de água também foi prejudicado em bairros da capital. A interrupção de energia em unidades da Sabesp reduziu a pressão nas redes e afetou regiões que dependem de bombeamento. A prefeitura manteve todos os parques municipais fechados pela manhã e disse que a reabertura dependerá das condições de cada área.