Capa da Veja sobre “nova droga” dos jovens é “aula de desinformação e sensacionalismo”, diz neurocientista

Atualizado em 10 de setembro de 2020 às 9:00
Reprodução: VEJA

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POR EDUARDO SCHENBERG

A matéria de Eduardo Gonçalves (@eduardosmgoncalves ) e João Batista Jr. (@joaobatistajr) na Veja é uma aula de desinformação e sensacionalismo que torna o debate brasileiro uma verdadeira #droga.

Confundem nomenclatura química científica (MDMA) com gírias para substâncias ilícitas (ecstasy), desta vez tentando dizer que MDMA é uma droga mais nova e diferente do ecstasy, erro crasso.

Demonizam uma substância que tem baixa toxicidade e importantes potenciais terapêuticos já em etapa avançada de pesquisa, o MDMA, como sendo “uma das drogas mais potentes e perigosas” sem exemplificar com clareza quais os riscos e de onde vem as informações que disseminam.

Quando examinam a questão dos contaminantes, tão importante pois sabemos que atingem mais de 50% do que se vende por aí como ecstasy, erram feio ao atribuir que o perigo está no bicarbonato de sódio, que tem baixo risco e pode ser livremente comprado em farmácias, se encontra na cozinha de muitas casas e é usado cotidianamente na culinária… Por outro lado há outros contaminates extremamente tóxicos como o PMA ou PMMA que não são citados, bem como os mais de 200 outros contaminantes já identificados.

Entrevistam apenas usuários e um delegado, nenhum médico ou cientista.

Em resumo, mais uma daquelas notícias cujo raciocínio não passou do “se é proibido é perigoso e se é perigoso é proibido, então vamos espalhar medo!”