Cappelli lista 13 falhas e ações urgentes para conter o crime organizado no Brasil

Atualizado em 13 de novembro de 2025 às 23:04
O Presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) Ricardo Cappelli falando em microfone, sério
O Presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) Ricardo Cappelli – Reprodução

Ricardo Cappelli, ex-ministro-chefe do GSI e atual presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), publicou uma série de posts no X sobre segurança pública. Ele apontou falhas no monitoramento dos portos brasileiros e defendeu o reforço do efetivo policial. Confira:

“Sobre Segurança Pública no Brasil:

1 – Todas as noites cerca de 100 barcos ficam indo e voltando na Tríplice Fronteira com armas, drogas e contrabando.

2 – O único porto que possui um monitoramento decente da área de fundeio é o do ES. O grosso circula pela nossa costa não é uma peneira, é um rombo.

3 – 13 mil Policiais Federais, 11 mil Policiais Rodoviários Federais e 2.500 homens da Receita Federal para controlar mais de 23 mil km de fronteira seca e molhada e 75 mil km de rodovias federais. É preciso encontrar meios para aumentar este efetivo.

4 – Não podemos abrir mão de ninguém. Temos 226 mil homens no Exército, 80 mil na Marinha e 65 mil na Aeronáutica. Todos podem ajudar, integração com cada um no seu quadrado é possível.

5 – Os CEO’s do crime estão nas penitenciárias. É preciso rever drasticamente regras e acabar com esses escritórios. Cortar definitivamente a comunicação. Isolar. Tem que valorizar os agentes penais, mas ser implacável com quem colabora com o crime.

6 – O MONOPÓLIO do uso da força é do ESTADO. Não é aceitável bandido portando arma no meio da rua. Enfrentar policiais é INACEITÁVEL. Os agentes da lei devem ter apoio para agir com o uso proporcional da força.

7 – O MONOPÓLIO do controle sobre o território nacional é do ESTADO. Marginal que levanta barricadas e impõe regimes de exceção a brasileiros estão em guerra contra a Constituição Federal e assim devem ser tratados.

8 – É preciso rever o prende e solta do judiciário que leva o mesmo bandido a ser preso 20 vezes. Garantia constitucional não pode ser sinônimo de impunidade.

9 – A libertação dos 28 milhões de trabalhadores que vivem oprimidos pelo crime num estado de exceção precisa ter metas e prazos claros.

10 – Não basta libertar, precisamos construir planos de ocupação permanente dos territórios retomados envolvendo todas as esferas de poder.

11 – Precisamos ter um Centro Nacional de Inteligência integrando todos os dados disponíveis, base de um planejamento nacional permanente de enfrentamento ao crime.

12 – Precisamos rever a política nacional de armas. Apertar ainda mais. Quem deve portar armas são os profissionais da segurança pública.

13 – Tudo isso só fica de pé com um Amplo Movimento Nacional envolvendo os poderes, estados, municípios, sociedade civil e setor privado.

Há muito mais a ser feito. Mas se déssemos conta destas questões, já daríamos um salto inicial importante. O crime ameaça à vida, destrói a economia e coloca em xeque o Estado Democrático de Direito. Isso não é um passeio. Não é tese. É enfrentamento. Risco. Coragem. Cobra um preço pessoal alto. Muitas vezes eterno. Exige compromisso inabalável com o Brasil”.

Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.