O ex-presidente Jair Bolsonaro divulgou uma série de fake news contra o ministro da Justiça, Flávio Dino. Ele usou trecho de uma reunião feita pelo titular da pasta com representantes do Twitter em abril e fez diversas acusações.
O secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, foi às redes responder o ex-presidente e deixou claro que a o trecho utilizado pelo ex-presidente foi feito em um encontro “no meio da crise gerada por elementos da extrema direita que estavam estimulando massacres nas escolas”.
Cappelli ainda lembrou que o governo estava endurecendo as punições contra fake news, tais como a do “banheiro unissex”, nas redes sociais.
O encontro, cujo trecho foi descontextualizado por Bolsonaro, foi realizado uma semana depois do massacre em creche de Blumenau (SC), quando um criminoso invadiu instituição e matou quatro crianças com uma machadinha. Na ocasião, o Ministério da Justiça intensificou o contato com as redes sociais para acabar com incentivos a atentados e outras publicações violentas, mentirosas ou com discursos de ódio.
Segundo o ex-presidente, Dino “atacou a liberdade de expressão”, “o livre mercado e autorregulação de empresas privadas” durante a reunião. O ex-presidente diz ainda que o ministro prometeu “perseguição diária às redes sociais” e que ele estaria usando a Polícia Federal para ameaçar as plataformas e “se impor pelo medo”.
O Twitter, à época, disse que os “termos de uso” da plataforma permitiam conteúdos extremistas. Dino afirmou que a resposta da rede social era “inaceitável” e que não se importava com as regras internas da empresa.
Durante o próprio encontro, Dino falou sobre a autorregulação de empresas, mas o trecho foi cortado. “Nós respeitamos a autorregulação das empresas, mas ela tem limites. Existe o limite externo que é a legislação do país e quem interpreta a legislação do país não são os senhores”, disse ele na ocasião.
Além do Twitter, plataforma que mais apresentava resistência à exclusão de conteúdos criminosos, também estiveram presentes representantes das empresas Meta, TikTok, Kwai, WhatsApp, Google e YouTube, de integrantes da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e do Ministério Público.
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