Em agosto de 2017, cerca de 100 pessoas se reuniram em Amsterdã, na Holanda, para debater o que fazer para apoiar os brasileiros na luta pela retomada da democracia no Brasil, diante do que já era visto como um golpe de estado.
Nascia assim a Fibra (Frente Internacional de Brasileiras e Brasileiros pela Democracia e contra o golpe). O grupo cresceu, com apoio de outros brasileiros que vivem na Europa e também de cidadãos locais, que abraçaram a causa da retomada da democracia brasileira.
Em agosto, a Fibra realizará o segundo encontro, mas antes, a partir desta terça-feira, dia 25, dará início à Caravana Lula Livre, com um giro de dois dias por algumas das principais instituições com sede da Europa.
A caravana é uma iniciativa dessas brasileiras e brasileiros que se orgulham de serem resistência, que se aliaram a democratas europeus.
“Fomos, somos e seremos resistência!” é o slogan da Fibra. Na terça-feira, a Caravana sai de Paris e vai até Genebra, onde será entregue um documento para o Comitê de Direitos Humanos da ONU.
De lá, a Caravana segue para Bruxelas, onde será recebida no Parlamento Europeu, para a entrega do mesmo documento, elaborado com consultoria de juristas.
De Bruxelas, o grupo volta para a França, para encontros em Estrasburgo. Será recebido pelo Conselho da Europa, a Organização Internacional do Trabalho e o Conselho Mundial das Igrejas.
A reunião no Conselho Mundial das Igrejas foi um reivindicação dos cristãos — protestantes e católicos progressistas — que participam da Fibra.
Eles fizeram questão de agendar esse encontro para se contrapor ao fundamentalismo das igrejas evangélicas no Brasil.
Rebeca Rô Lang, do Comitê LulaLivre Paris e do Alerte France Brésil, explica o que a Caravana pretende:
“O objetivo é esse: falar a respeito da crise no Brasil, continuar a narrativa de que foi um golpe de estado que destituiu a presidenta Dilma, o programa do PT de desenvolvimento nacional e inclusão social estava dando certo, e ele foi destituído, foi um golpe de estado.”
Ela diz também:
“Nós pedimos ação dessas instituições, ação concreta, seja uma nota da ONU. Nós queremos ação… E Lula livre!”
Rebeca, que vive há muito tempo da Europa, alerta que o movimento não pode se encerrar com a Caravana:
“É importante a gente saber que fazer política na Europa, a gente vive aqui há anos, a política é isso: as pessoas vão para a rua e não saem da rua enquanto não alcançarem o que querem. As instituições precisam exatamente disso, eles fazem muita coisa, mas, se o cidadão não vai lá, não fica na porta, não publica anúncio em jornais, não sai.”
Veja o vídeo: