PUBLICADO NO TIJOLAÇO
POR FERNANDO BRITO
Agora há pouco, João Doria foi com as quatro patas sobre a deputada bolsonarista Carla Zambelli, dizendo que, se ela se arroga em ‘porta-voz’ da Polícia Federal é que temos, no Brasil, uma polícia política e que ela trabalha mais como vidente do que como parlamentar.
O comentário de Doria deve-se ao tuíte publicado por Zambelli hoje, vangloriando-se por ter previsto que haveria ações policiais contra governadores, primeiro com Wilson Witzel, do Rio, e Hélder Barbalho, do Pará. E acenou jocosamente com uma nova “visita policial”, agora ao governador paulista:
Mãe Zambelli acerta mais uma vez. Prevejo ações da PF em. outros estados, como SP, por exemplo.
Zambelli é casa com o coronel Aginaldo Oliveira, comandante da Força Nacional de Segurança, o mesmo que confraternizou com os PMs amotinados no Ceará. O padrinho de casamento foi Sergio Moro, então chefe da PF.
Contatos na área de segurança, portanto, não lhe faltam.
O presidente da Câmara foi mais longe. Depois de dizer que se a deputada não “tem bola de cristal” houve vazamento: “Certamente entre o Diretor da PF, o ministro, o Presidente, alguém vazou a informação para deputada”.
É claro que sim, e não é só o vazamento: é a decisão de focar nestas operações, que podiam estar correndo discretamente, enquanto durar o pico da pandemia. Mesmo o mais honesto dos homens – o que não é o caso de muitos dos governadores – diante deste furor policial vão, é claro, interromper as compras de materiais para não receberem o apetite da PF.