Carlos Bolsonaro escreve em nome do pai e sai em defesa dele mesmo. Pode isso, Arnaldo? Por Donato

Atualizado em 4 de março de 2019 às 14:21
Carlos Bolsonaro, o cara que lida com as redes sociais do pai. Foto: Reprodução/Twitter

O presidente Jair Bolsonaro possui três abacaxis que atendem pelos nomes de Flavio (um abacaxi sabor laranja que Bolsonaro já advertiu sobre as possibilidades de uma temporada na Papuda), Eduardo (que tem a insensibilidade e a verborragia típica dos ignorantes) e Carluxo (o responsável pela comunicação amadora feita em tom de campanha até hoje).

A todo momento é preciso sair em defesa de um deles. Na noite de ontem, ele escreveu o seguinte em uma de suas redes sociais:

“Algumas pessoas foram muito importantes em minha campanha. Porém, uma se destacou à frente das mídias sociais, com sugestões e conteúdos: Carlos Bolsonaro, meu filho. Não por acaso muitos, que nada ou nunca fizeram para o Brasil, querem afastá-lo de mim”.

Carlos Bolsonaro parece ser o filho predileto, atualmente. Há porém uma observação a ser feita perante essa postagem. Quem cuida das redes sociais de Bolsonaro (quem de fato faz as postagens em nome do pai) é Carlos. Portanto foi Carlos defendendo a si próprio.

Assim é a Nova Era.

Mas o conteúdo da postagem revela que o buraco é mais embaixo. . “Estando ou não em Brasília continuarei ouvindo suas sugestões, não por ser um filho que criei, mas por ser também alguém que aprendi a admirar e respeitar pelo seu trabalho e dedicação, postou. É uma mensagem de afronta, não há dúvida.

Carluxo não perde a oportunidade de cutucar seus críticos nessas horas. Em sequência ao tuíte do pai, ele escreveu: “Meia dúzia de goelas grandes não gostaram da notícia! Obrigado pela consideração de sempre, pai”.

Generais são pessoas que gritam muito. Devem ter a goela grande.

Já é público e notório que os filhos falastrões têm incomodado até mesmo os militares ligados ao governo. Os generais Santos Cruz (que substituiu Bebianno), Fernando Azevedo e Augusto Heleno são alguns dos que andaram cobrando “freios” por parte de Bolsonaro nos rebentos.

Carlos Bolsonaro peitou Gustavo Bebianno, ministro da Secretaria-Geral da Presidência, presidente interino do PSL e ex-faz-tudo na campanha de Jair Bolsonaro. Carluxo venceu por nocaute.

Portanto, ao responder dessa forma, Jair Bolsonaro (ou Carlos) envia uma mensagem bem direta a quem quer que esteja vendo a ingerência da família como contraproducente.

O recado serve tanto para os militares, como para a base do PSL que, em decorrência dos embates com a prole bolsonarista, fragmentou-se em tempo recorde e já nem se pode afirmar que seja exatamente uma base.

Além dos filhos, o presidente obedece às redes sociais. Foi pela estridência delas que a nomeação de Ilona Szabó foi revogada (e Moro se viu ainda menor no espelho).

Jair vai permanecer atendendo sua claque e ela está cada dia menor. Bolsonaro sai em defesa dos filhos, até porque não lhe restam mais muitos outros apoiadores. É aquele ensinamento primário: fique com sua família, pois só ela restará a seu lado quando todos se forem.