Wanderlei Silva e Carlos Sampaio não são apenas do mesmo partido, mas têm o mesmo DNA. Ambos são gigantes do vale tudo, prática em que o PSDB vem reinando absoluto. O que importa para eles é finalizar o adversário, seja de que maneira for.
Na quarta, dia 20, o PSDB protocolou na Procuradoria Geral Eleitoral uma representação que, nos desígnios de Sampaio, resultaria na extinção do PT.
Tudo é baseado numa matéria do Valor. Nela, Cerveró aparece como tendo afirmado à PF, antes do acordo de delação premiada, que a campanha de Lula à reeleição recebeu 50 milhões de reais em propina advinda de uma negociação de petróleo na África em 2005.
“Esse é um crime que não tem sua prescrição prevista em lei. O que está em jogo não é o ex-presidente Lula, mas sim o recebimento por parte do Partido dos Trabalhadores de recursos do exterior”, disse o advogado Sampaio. Ele explica que isso é vedado pela Constituição.
“Qual é a consequência? É a extinção do partido, porque ele perde o registro”, disse numa coletiva. Não é a primeira vez que Sampaio tenta emplacar essa tese. Em abril, na CPI da Petrobras, já havia declarado que o PT “tem tudo para ser extinto”.
Não vai dar em nada, mas vai render. Desde 2015 Sampaio vem ocupando o noticiário com esse estilo pitbull. Não se ouviu falar de uma proposta, uma alternativa, uma ideia. Ganhar no voto, nem pensar. Apenas a virulência e a mania de correr latindo atrás dos carros da mídia atrás de holofotes.
Seu doppelganger Wanderlei, filiado ao PSDB desde 2013, tem o apelido de “Cachorro Louco”. Quando ele assinou a ficha, o presidente tucano no Paraná afirmou que Silva iria “reforçar o partido” e “mexer com a população”.
Mexeu muito. Em setembro de 2014, anunciou sua aposentadoria do MMA depois de fugir de um exame antidoping pela porta dos fundos de sua academia. Foi condenado a pagar 70 mil dólares e banido de qualquer evento do UFC em Las Vegas. Desde então atribuiu a Dilma uma obra parada do governo de Goiás e descobriu o agora famoso iate do filho de Lula.
Eles não pedem desculpas. Sampaio, entre outras estripulias, recebeu 250 mil reais de uma empreiteira envolvida na Lava Jato, de acordo com o Globo. Jamais se explicou. Ganhou notoriedade nacional ao processar Dilma por ter usado um vestido vermelho num pronunciamento em rede nacional de TV. Jânio de Freitas o chamou de “aspirante à perda do senso de ridículo”. É pouco.
São justiceiros na batalha do bem contra o mal pela salvação do Brasil. Vigilantes da ética e dos bons costumes, separados no nascimento. O “Cachorro Louco” e o pitbull do Aécio são o mesmo animal político.