Carmen Lúcia: a mulher que livrou o Brasil de um misógino confesso no poder. Por Nathalí

Atualizado em 12 de setembro de 2025 às 9:28
A ministra Cármen Lúcia, do STF – Foto: Reprodução

Muito se fala de Xandão, o justiceiro de toga que aterroriza a familícia – e com todo mérito –, mas hoje nós vamos falar sobre uma mulher.

Cármen Lúcia brilhou em seu voto pela condenação de Jair Bolsonaro por todos os crimes cometidos por ele, ao contrário do ministro Luiz Fux, que chegou a declarar a incompetência do STF para o julgamento – uma aberração jurídica completa.

Senta e aprende com quem sabe, ministro.

Enquanto um homem tenta inutilmente perdoar o imperdoável, Cármen Lúcia merece todos os confetes – não apenas pela altivez e coragem que demonstrou em seu voto, mas por ser uma gigante à qual hoje fazemos justiça, e que a própria história abraçará por todas as vezes em que provou sua aliança com o povo brasileiro e com o Estado Democrático de Direito.

O ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

Cármen Lúcia já cumpriu com glória seu compromisso com os brasileiros e brasileiras em tantas outras oportunidades – e não “apenas” quando jantou Jair Bolsonaro.

Vale lembrar: ela milita pela regulamentação das redes sociais e já votou a favor de responsabilizar as plataformas de mídia pelo que permitem veicular – uma obviedade que só uma grande mulher poderia dizer.

Como se não bastasse, nos brindou com um dos deboches mais hilários: em 2009, ao votar pela revogação da Lei de Imprensa da ditadura, escreveu:

“Cala a boca já morreu. Quem disse foi a Constituição.”

Agora, ela brilha outra vez em defesa da democracia, sim, mas sobretudo por ser a mulher que livrou todas as brasileiras de um misógino confesso na presidência.

Grande dia para ser uma mulher brasileira. Obrigada, Cármen Lúcia.

Nathalí Macedo
Nathalí Macedo, escritora baiana com 15 anos de experiência e 3 livros publicados: As mulheres que possuo (2014), Ser adulta e outras banalidades (2017) e A tragédia política como entretenimento (2023). Doutora em crítica cultural. Escreve, pinta e borda.