“Carrapatos”: Bolsonaro acusa imprensa de defender Lula por dinheiro público

Atualizado em 13 de julho de 2025 às 13:34
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com cara de choro e mãos no rosto, olhando pra baixo
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Reprodução

Em nova publicação neste domingo (13), Jair Bolsonaro (PL) usou seu canal no Telegram para criticar a imprensa brasileira e insinuar que veículos como Folha de S.Paulo, Globo e Estadão estariam agindo em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em troca de verbas públicas. A mensagem segue o estilo literário típico de Carlos Bolsonaro, com frases cifradas e teor conspiratório, e reaparece no momento em que o atual governo tem sua popularidade em alta após o embate com os EUA sobre as tarifas impostas por Donald Trump.

Bolsonaro afirmou que a “velha imprensa, paga por Lula com o seu dinheiro”, não está ao lado do governo por compromisso com a informação, mas sim pelos “bilhões pagos pelo contribuinte”. Em tom irônico, disse que os veículos agem como “carrapatos” e que, quando o sangue secar, “irão todos para algum paraíso fora do país”. A fala é uma reação às recentes editoriais dos principais jornais brasileiros, que pediram firmeza diplomática diante das tarifas de Trump, mesmo sendo críticos ao petista em outros temas.

O ex-presidente também ignorou o impacto das novas tarifas sobre o agronegócio e a indústria exportadora brasileira, alegando que a defesa feita pela imprensa a Lula não atende a interesses econômicos, mas ao suposto aparelhamento estatal da comunicação. Segundo ele, o apoio da mídia não decorre da pressão de empresários prejudicados, mas sim de uma “aliança ideológica” com o Palácio do Planalto.

Jair Bolsonaro e Donald Trump. Foto: reprodução

Bolsonaro voltou a atacar a população brasileira, afirmando que o país é composto por uma maioria “sem educação, sem prosperidade financeira, alimentada pelo ódio e pela divisão de classes”. Em sua visão, essa parcela não tem “senso crítico” e está “completamente desentendida do estado destruído, inclusive na hora de sua alimentação”. A declaração é vista como mais uma crítica velada à popularidade de Lula entre os mais pobres.

O texto foi publicado dias após o ex-presidente ser alvo de novas investigações no STF e enquanto aliados enfrentam desgaste político com o governo dos EUA. A retórica de Bolsonaro tenta reanimar sua base mais radical em um cenário no qual sua inelegibilidade se consolida e as pesquisas de opinião apontam avanço de Lula nas intenções de voto.