
O influenciador Hytalo Santos, preso por exploração sexual de crianças e adolescentes, ainda tem muito o que explicar. Não se trata “apenas” de um esquema de exploração infantil, mas também de revelar à Justiça qual é sua relação com Renallida Carvalho, a famosa “pastora do pix”.
A mulher recebeu presentes luxuosos do influenciador – incluindo um carro de mais de 200 mil reais e o próprio prédio onde funciona sua igreja.
Conhecida por pedir PIX aos fiéis durante as orações, chegou a afirmar que os devotos deveriam ofertar a Deus o valor equivalente à sua idade. É claro: a Deus, e não a ela… embora os depósitos fossem diretamente para sua conta.
Renallida alega que Hytalo a proibiu de entrar em sua igreja – mas jamais contou o motivo. O silêncio só indica que o buraco é muito mais embaixo. Enquanto isso, segue pedindo PIX a pessoas pobres e manipuláveis, e deveria ser investigada para explicar por que recebeu tantos “mimos” do influenciador.
Pede, como indenização, a bagatela de 530 mil reais por danos morais e materiais.
Eu odeio dizer “só no Brasil”, mas só no Brasil. Num país que fecha os olhos para o fundamentalismo religioso na Câmara dos Deputados e no discurso oficial; que finge não enxergar falsos cristãos destruindo vidas; que não taxa igrejas que funcionam como empresas e ainda passa pano para a intolerância contra terreiros de Candomblé e Umbanda… o caso da “pastora do pix” é apenas mais um sintoma da podridão. .
Por que Hytalo a proibiu de entrar na própria igreja, ninguém sabe. Mas o fato é que ele, até agora, não se pronunciou sobre nada. Talvez porque haja coisa demais para explicar de uma vez só, não é mesmo, meu anjo?

É com esse tipo de gente que boa parte dos cristãos fundamentalistas se relaciona. Seus vícios rodriguianos estão sempre escondidos debaixo da saia longa de beata.
Nada se pode esperar de um país onde a prisão por exploração de menores só ganhou atenção porque foi denunciada por um influenciador branco.
Hytalo Santos é abjeto, detestável, nojento. Mas seus cúmplices também precisam ser julgados.
A tal pastora tenta se manter distante do escândalo, mas ninguém – muito menos um influenciador – dá carros de 200 mil reais e prédios de presente a troco de nada. Alguma contrapartida existiu. A investigação mostrará como ela contribuiu para os crimes de Hytalo.
A pergunta é inevitável: por que um influenciador daria tanto dinheiro e poder a uma pastora? Qual foi a moeda de troca?
Uma hora ou outra, a verdade aparece. E talvez Renallida se revele uma nova Flor de Lis.
Em tempo: obrigada, Felca.