Carta do MEC traz mais instabilidade ao governo Bolsonaro

Atualizado em 26 de fevereiro de 2019 às 14:51
O comunicado do MEC para as escolas

Publicado originalmente na Rede Brasil Atual

O documento enviado por e-mail pelo ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, pedindo que escolas filmassem crianças cantando o hino nacional reflete, entre outros fatores, a falta de conhecimento na área dos integrantes do ministério da Educação. Essa é a análise do cientista político e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Emerson Cervi.

“É uma ação de um ministério ocupado por pessoas sem nenhuma experiência e sem nenhum conhecimento de qual é de fato o papel do ministério da Educação do Brasil”, afirma, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual. “Sob a responsabilidade do MEC estão apenas as escolas federais, uma sugestão como essa não é nem válida como recomendação para a maioria das escolas brasileiras, que são estaduais ou municipais.”

O pedido do MEC formalizado por meio de uma carta finalizada com o slogan da campanha eleitoral de Bolsonaro, posteriormente considerado um “erro” pelo ministro nesta terça-feira (26), abre mais uma polêmica dentro do novo governo. a gestão já sofre com uma série de denúncias que envolvem o partido de Bolsonaro, o PSL, e o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), relacionadas a desvio de recursos do fundo partidário e ligações com milícias.

“O problema é que esse deputado, eleito senador, foi levado ao Palácio do Planalto por ser filho de presidente (…), uma decisão que remete a uma prática muito antiga no Brasil, que é a prática do familismo, uma espécie de privatização familiar da política. E isso é o que complica mais o governo Bolsonaro”, observa Cervi.