‘Cartão de Ouro’: Trump oficializa visto de residência que custará R$ 5 milhões

Atualizado em 20 de setembro de 2025 às 18:30
Donald Trump olhando para baixo, sério, perto de microfone, em pé
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos – Reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na sexta-feira (19) a criação de um novo programa de visto de residência denominado “Gold Card” (Cartão de Ouro), que exigirá um pagamento de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,32 milhões) para indivíduos que desejam obter a residência no país. Caso uma empresa patrocine o visto, o custo será de US$ 2 milhões (R$ 10,6 milhões). O programa, segundo Trump, visa atrair investidores e contribuir para a criação de empregos de qualidade nos EUA.

Além do “Gold Card”, Trump também implementou uma significativa alteração no visto H-1B, destinado a trabalhadores estrangeiros altamente qualificados, especialmente no setor de tecnologia. Agora, empresas que desejam contratar estrangeiros com esse visto terão que pagar uma taxa anual de US$ 100 mil (R$ 532 mil), um aumento substancial em relação aos US$ 1.000 pagos anteriormente. O governo dos EUA argumenta que isso ajudará a priorizar a contratação de trabalhadores locais e a geração de empregos para cidadãos americanos.

Trump se mostrou confiante de que o “Gold Card” será um sucesso, destacando que o pagamento ao Tesouro dos EUA permitirá um processo acelerado de obtenção do visto. As empresas que optarem por patrocinar o visto terão que pagar uma taxa maior, com a promessa de agilizar o trâmite para os seus empregados. O novo programa reflete a postura de Trump em relação à imigração, que visa reduzir a dependência dos Estados Unidos em relação a trabalhadores estrangeiros.

De acordo com o presidente, cartão deve estar disponível para o público em geral em até duas semanas, mas é voltado para empresários

O “Gold Card” é visto como uma medida que favorece os milionários e empresas de alto porte, criando um sistema de imigração baseado em grandes investimentos financeiros. Contudo, essa decisão não está isenta de críticas, com empresários do setor tecnológico, incluindo o bilionário Elon Musk, alertando sobre o impacto dessa mudança, alegando que as empresas de tecnologia precisam de trabalhadores estrangeiros qualificados para preencher lacunas no mercado de trabalho local.

Em 2024, os EUA aprovaram aproximadamente 400 mil vistos H-1B, sendo que dois terços desses vistos foram renovações. A maioria dos beneficiários desses vistos são originários da Índia, um reflexo da forte demanda por mão de obra qualificada no setor de tecnologia. Contudo, o novo enfoque de Trump visa diminuir a dependência de estrangeiros e aumentar a concorrência entre cidadãos americanos e trabalhadores imigrantes.

Essa mudança, juntamente com o endurecimento da imigração ilegal no país, reflete a política de Trump, que tem promovido uma agenda protecionista e nacionalista em relação ao mercado de trabalho. Com grandes investimentos destinados à fiscalização da imigração, a administração de Trump continua a focar em uma redução da imigração legal e ilegal, enquanto busca promover a economia interna por meio da criação de empregos para os cidadãos americanos.