
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, rebateu nesta quinta-feira (17) as críticas feitas pelo presidente Lula ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A declaração ocorre após o chefe de Estado do Brasil afirmar, em entrevista à CNN Internacional, que Trump “não foi eleito para ser imperador do mundo” e que o país busca independência nas relações comerciais.
Durante coletiva com jornalistas, Leavitt negou qualquer pretensão imperial do líder de extrema-direita. “O presidente certamente não está tentando ser o imperador do mundo. Ele é um presidente forte dos Estados Unidos da América e também é o líder do mundo livre”, disse.
A representante da Casa Branca ainda afirmou que o mundo tem passado por grandes transformações “graças à liderança firme” de Trump. Leavitt também abordou a carta enviada por Trump a Lula, na qual anunciou a aplicação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
Segundo ela, as medidas fazem parte de uma investigação comercial em andamento e refletem preocupações dos EUA com as regulações digitais brasileiras e a suposta falta de proteção à propriedade intelectual. “Além disso, a tolerância do país com o desmatamento ilegal coloca os produtores americanos em desvantagem competitiva”, afirmou.
Casa Branca responde Lula e diz que Trump “não quer ser imperador do mundo”.
Porta-voz da Casa Branca respondeu declaração feita pelo presidente Lula em entrevista à CNN Internacional nesta quinta-feira (17/7).
(Tradução: @SamPancher) pic.twitter.com/1EpHavc2oS
— Metrópoles (@Metropoles) July 17, 2025
Na entrevista à jornalista Christiane Amanpour, Lula criticou a postura unilateral de Trump e declarou que as tarifas impostas foram comunicadas “por e-mail” e não por canais diplomáticos formais.
O petista disse que esperava uma abordagem negociada e relatou ter pensado, inicialmente, que a carta era “fake news”. Ele também afirmou que o Brasil responderá “no momento certo” e que ainda não considera a situação como uma crise nas relações bilaterais.
Ao comentar o cenário, Lula salientou que o Brasil “gosta de negociar em paz” e disse que seu país não aceitará imposições. “O Brasil valoriza as relações econômicas que tem com os EUA, mas o Brasil não aceitará nada imposto a ele de outro país. Aceitamos negociação, e não imposição”, declarou.
Apesar do tom crítico, o presidente também disse que não enxerga Trump como um político de extrema-direita e reiterou que os laços entre os dois países são históricos.
Segundo dados oficiais citados por Lula, os EUA mantêm superávit comercial com o Brasil desde 2009, o que contradiz a justificativa apresentada por Trump para a adoção das novas tarifas. Ainda assim, o governo norte-americano sustenta que as medidas visam proteger o interesse de sua indústria e seu mercado interno.