
O governo brasileiro recebeu indicações de que qualquer negociação sobre as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos só poderá ser tratada diretamente com a Casa Branca, segundo informações repassadas pela comitiva de senadores que está em Washington. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, confirmou a situação em publicação nesta terça-feira (29) em sua conta no X, destacando que muitos produtos brasileiros têm potencial para serem redirecionados a outros mercados.
“Estamos dispostos a conversar, mas, até agora, os canais permanecem fechados”, afirmou Costa, que tem mantido contato com o senador Jaques Wagner (PT-BA), um dos integrantes da missão brasileira nos Estados Unidos. “No entanto, a sinalização por lá é de que o assunto está restrito à Casa Branca”, completou o ministro.
Diante do impasse, o governo federal já trabalha em planos alternativos para minimizar os impactos das medidas que entram em vigor nesta sexta-feira (1º).
Entre os produtos que podem ter suas exportações realocadas estão aço e frutas, segundo Costa. “Vamos trabalhar firme, com o grupo dedicado a esse tema para que a gente possa redirecionar as exportações brasileiras e, se necessário, adotar as medidas de reciprocidade”, declarou.
O BRASIL QUER NEGOCIAR, MAS NOSSA SOBERANIA NÃO É MOEDA DE TROCA – Hoje, durante entrevista, voltei a reforçar que não há justificativa econômica para o anúncio do presidente dos Estados Unidos sobre a imposição de tarifas ao Brasil, especialmente considerando que os EUA…
— Rui Costa (@costa_rui) July 29, 2025
Em reunião realizada na segunda-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros discutiram diversas medidas de proteção à economia nacional.
Segundo Costa, o encontro abordou “diversas medidas voltadas à proteção das empresas e dos produtores brasileiros, ao fortalecimento e à diversificação das relações comerciais internacionais, ao adensamento da nossa cadeia produtiva industrial, além de medidas de reciprocidade, caso as tarifas sejam confirmadas”.
A comitiva de senadores no país tem se reunido com representantes de grandes empresas estadunidenses que operam no Brasil, na tentativa de criar uma rede de pressão sobre o governo Trump. Entre os setores mais preocupados com as tarifas estão o farmacêutico e o de agronegócio, que temem retaliações brasileiras como a quebra de patentes de medicamentos.