
Marcado para 29 de novembro em São Paulo, o casamento da cantora brasileira Giulia Be com Conor Kennedy ganhou contornos geopolíticos.
Entre os convidados estão o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o bilionário Elon Musk, dois dos principais aliados internacionais do bolsonarismo e sabotadores da soberania nacional.
A cerimônia religiosa será realizada na Igreja Nossa Senhora do Brasil, em São Paulo, com uma festa luxuosa para mais de 600 convidados no Hotel Rosewood, um dos mais caros do país.
Os preparativos ocorrem num momento em que o governo Trump intensifica seu ataque sobre o Brasil, em apoio a aliados da extrema-direita e às big techs em conflito com as instituições brasileiras.
O noivo, Conor Kennedy, é filho de Robert Kennedy Jr., atual Secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA. Conhecido pelo negacionismo antivacina e alinhamento com pautas de extrema-direita, Robert Jr. se tornou uma peça-chave do trumpismo.

Conor Kennedy comparou Lula a Bobby Kennedy em encontro antes das eleições de 2022
Em outubro de 2022, poucos dias antes do segundo turno das eleições presidenciais, Conor e Giulia se reuniram com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), então candidato ao Planalto. Durante o encontro, Conor elogiou Lula e o comparou ao seu avô, Robert F. Kennedy, ex-procurador-geral dos Estados Unidos assassinado em 1968.
“Você me lembra meu avô, Bobby Kennedy. Como você, ele acreditava que seu dever mais importante era garantir que todos tivessem oportunidades e que ninguém fosse deixado para trás. Espero que continue esse trabalho quando vencer”, disse o norte-americano, emocionado com o histórico do petista em defesa da classe trabalhadora.
Conor também afirmou que sempre se comoveu com a forma como Lula fala dos mais pobres, e o chamou de “herói” por seu papel na luta por justiça social no Brasil. As declarações ocorreram durante uma visita informal que foi registrada, mas mantida em sigilo à época.
O empresário Paulo Marinho, pai de Giulia Be, também esteve presente no encontro. Ex-aliado de Jair Bolsonaro, Marinho reconheceu o erro de ter apoiado o ex-presidente na eleição de 2018. “Tenho que pagar uma penitência”, afirmou.