O grupo Casas Bahia anunciou ao público neste domingo (28) a conclusão de um acordo de recuperação extrajudicial (RE) com seus principais credores, o Banco do Brasil e o Bradesco, visando reestruturar toda a dívida da empresa.
O prazo de pagamento dos R$ 4,1 bilhões da dívida bruta foi prolongado de 22 meses para 72 meses, com uma redução de 1,5 ponto percentual no custo médio, que passou para CDI + 1,2% ao ano. Além disso, foi estabelecido um período de carência de 24 meses para o pagamento de juros e de 30 meses para o principal.
Com essa iniciativa, a empresa conseguirá economizar até 2027 cerca de R$ 4,3 bilhões que seriam destinados ao pagamento das dívidas nesse período.
Os dois maiores credores, que juntos detêm 54,5% da dívida da Casas Bahia, já concordaram com o reperfilamento, o que levou os demais credores, dispersos, a aderirem automaticamente ao acordo, segundo explicou o CEO Renato Franklin. Ele expressou confiança de que os advogados da varejista estejam confiantes na aprovação da RE.
Após a protocolização do pedido neste domingo, espera-se que o processo passe por uma análise judicial de até uma semana, seguida por um período de 30 dias para a apresentação de objeções ao plano, antes da homologação.
A reestruturação da dívida consistirá na conversão em uma debênture de R$ 4,1 bilhões, com duas séries, cada uma com condições específicas de pagamento.
No último trimestre, a empresa encerrou com um déficit líquido de R$ 1 bilhão. Já em 2023, as perdas atingiram a marca de R$ 2,6 bilhões, quase oito vezes mais do que o ano anterior. A receita líquida também registrou uma queda de 6,6% durante o mesmo período, totalizando R$ 28,8 bilhões.
Franklin prevê que os impactos da RE serão perceptíveis já no próximo balanço do segundo trimestre. “Estamos extremamente contentes, bastante satisfeitos”, comemorou.
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