O setor de casas de apostas cresce em escala global. No Brasil, a regulamentação trouxe segurança ao mercado, permitindo que os usuários aproveitem as plataformas digitais com mais confiança. Saiba quando apostar e quando parar.
As casas de apostas investem pesado em recursos avançados, como a inteligência artificial (IA), que contribui para o desenvolvimento das operações.
Com muitas funcionalidades, as IAs contribuem para o atendimento, filtrando o chat e agilizando os processos, além de também serem cruciais na prevenção contra fraudes, atuando na segurança, proporcionando experiências de apostas personalizadas e favorecendo a expansão do mercado.
Casas de apostas: evolução do mercado no Brasil e o papel da tecnologia
O setor brasileiro de casas de apostas esportivas está em evolução e o mercado online está a todo vapor. Essa crescente conta com a contribuição da tecnologia para aprimorar a experiência nas plataformas de apostas.
A IA tem um papel importante e se torna aliada na personalização e experiência do usuário, já que tem capacidade avançada para detectar o comportamento do apostador, antecipando quando pode ocorrer algum problema.
Além disso, automatiza processos, como o atendimento pelo chat, o que melhora a experiência em muitos aspectos, como na agilidade, além de ser utilizada na proteção de dados.
Em um exemplo prático, um apostador pode ter uma dúvida simples resolvida pela IA em minutos, sem precisar aguardar por um longo período na fila virtual da casa de apostas até ser atendido por um atendente humano.
Para isso, solicita o atendimento e, com respostas programadas, pode ter a resolução imediata. Caso não consiga, é só aguardar o atendimento humanizado.
Já na questão da segurança, vários processos foram desenvolvidos para acompanhar o apostador, identificando sua localização e realizando verificações de segurança, evitando que outra pessoa utilize sua conta.
IA pode melhorar experiência do usuário em casas de apostas
Uma das funcionalidades da IA é ajudar as casas de apostas a manter o controle sobre ações suspeitas. Por exemplo, um alto número de apostas em uma entrada incomum levanta suspeitas e, com a inteligência artificial, pode ser facilmente detectado, acionando o alerta.
Essa função contribui para o combate à fraude e à manipulação de resultados, o que favorece a segurança de todos, tanto da plataforma quanto dos apostadores.
Outro ponto é que, com o aprendizado de máquina, a IA contribui para fornecer uma experiência melhor ao usuário na casa de apostas, analisando seu comportamento e oferecendo sugestões personalizadas.
Além disso, a IA auxilia no jogo responsável, emitindo alertas se notar um comportamento incomum do apostador, que pode indicar apostas compulsivas.
Portanto, é uma ferramenta importante para esse controle e, muitas vezes, até propõe reflexões aos apostadores, podendo observar o aumento do tempo gasto nas plataformas de apostas, por exemplo, ou os valores investidos.
Esses relatórios são fundamentais tanto para as plataformas monitorarem e trabalharem na prevenção ao vício quanto para o próprio apostador fazer uma autoavaliação.
Casas de apostas esportivas vs. Segurança e combate a fraudes
Após a sanção da lei 14.790, a Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda publicou várias portarias para a regulamentação das casas de apostas no Brasil. Entre elas, estão pontos que envolvem a segurança, obrigando as plataformas e jogadores a se adaptarem.
André Pereira Cardoso Gelfi, presidente do IBJR (Instituto Brasileiro de Jogo Responsável), concedeu entrevista ao UOL e detalhou os planos para a segurança nas casas de apostas.
“Hoje já é possível detectar que uma pessoa está apostando além do que pode, observando o comportamento do usuário. Se ele está depositando um valor que não é condizente com sua renda, temos uma política de pedir a comprovação de renda, até para saber se não há ali uma questão de lavagem de dinheiro, se o valor passar de R$ 10 mil”, apontou.
Uma das novidades são as verificações de segurança. Dessa forma, ao criar uma conta, será necessário fazer o cadastramento facial. Assim, ao utilizar a plataforma, ela poderá solicitar o reconhecimento facial a qualquer momento.
Além disso, sempre que for realizar alguma transação, seja saque ou depósito, também será necessário fazer a verificação facial. Essa é uma das principais ações para garantir segurança e combater fraudes.
“Hoje, no cadastro que é feito, eu não sei qual é a sua renda. Só vou saber se você apresentar a sua documentação. Aí, se você passar de certo limite – cada empresa tem o seu –, será contactado para apresentar a documentação, e sua conta será provisoriamente bloqueada”, completou André.
Esse processo também contribui para evitar que menores de idade tenham acesso às casas de apostas, o que é ilegal, já que as operações são permitidas apenas para maiores de 18 anos.
“Se identificamos que um cliente ultrapassou seu limite, temos vários caminhos para avisá-lo de que não pode mais apostar. Por meio de um telefonema, uma mensagem de SMS ou WhatsApp, ele é informado sobre um bloqueio temporário até que entre em contato conosco”, finalizou André Gelfi.
Está em debate um sistema integrado no qual o apostador cadastraria seus dados na casa Y e, ao criar uma nova conta em outra empresa, os dados já estariam disponíveis de maneira integrada.
Isso facilitaria o processo de aprovação e garantiria mais transparência, evitando fraudes e sonegação de impostos.
Impacto da tecnologia nas casas de apostas e o futuro desse mercado
Com a regulamentação das apostas no Brasil, a tendência é que o país passe a aprimorar o setor e, com isso, invista cada vez mais em tecnologia, que está alinhada ao futuro das casas de apostas.
Busca-se cada vez mais ferramentas inteligentes que possam melhorar a experiência do usuário e trazer mais segurança e transparência, com base no histórico de operações.
Essa personalização garante que cada cliente tenha recomendações alinhadas às suas preferências, além de permitir uma análise de risco para cada perfil, tornando a experiência única.
Outro ponto é que as plataformas utilizam cada vez mais a IA para a criação de probabilidades, usando dados de sua base para cotações mais justas, beneficiando tanto as empresas quanto os apostadores.
Portanto, a inteligência artificial tem o papel de contribuir para moldar a regulamentação de forma dinâmica, possibilitando novas direções para o setor das casas de apostas.
Publicidade ainda é um tema a ser discutido
Mesmo com a regulamentação, ainda há temas em debate, entre eles, a publicidade. Atualmente, as casas de apostas estão fortemente presentes no mundo do esporte.
Apenas dois dos 20 clubes da elite do futebol brasileiro, o Brasileirão 2025, não possuem acordos com empresas do segmento para o principal espaço do uniforme, os chamados patrocínios máster.
Por outro lado, uma decisão histórica aconteceu na Copa São Paulo de Futebol Júnior, o principal torneio de base do país. Como é disputado na categoria Sub-20, que conta com muitos adolescentes, as bets não puderam expor suas marcas.
André Gelfi falou sobre isso, defendendo limitações na publicidade, mas destacando que é necessário elaborar regras com diálogo, pois o mercado ainda tem desafios e é imaturo.
“Limitar a publicidade é válido. É preciso seguir as regras do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária). Agora, se o governo decidir proibir os comerciais, há alguns riscos. Para trazer clientes das bets informais para a formalidade, você precisa da publicidade”, apontou.
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) emitiu um comunicado oficial sobre publicidade no setor, destacando que anúncios frequentes podem levar a apostas impulsivas.
Assim, as propagandas das casas de apostas devem conter mensagens de jogo responsável, como ocorre com bebidas alcoólicas e cigarros. Empresas que descumprirem as regras podem ser multadas em até R$ 50 mil por dia.
Além disso, promoções como bônus de boas-vindas, antes comuns, agora estão proibidas.