
Todo dia um homem desrespeitando mulheres no meio futebolístico.
Estupro, traição, ameaças, violências. Aparentemente, o jogador de futebol se sente à vontade pra fazer absolutamente qualquer coisa, sobretudo contra mulheres.
Dessa vez foi Antony, da seleção brasileira, que teve áudios em que agride a própria namorada vazados.
Nenhuma ruindade fica encoberta, diria minha mãe.
A vítima é DJ e influenciadora digital Gabriela Cavallin, que já compareceu à delegacia para providenciar o boletim de ocorrência. As acusações são de violência doméstica, ameaça e lesão corporal.
Apesar de a denúncia ter ocorrido ontem, o crime aconteceu no dia 20 de maio. Foi requisitado exame de corpo de delito para a vítima, e ela pediu medidas protetivas de urgência. Fotos das marcas de agressão e mensagens de ameaça do jogador foram anexadas ao B.O.
Trata-se de um crime comprovado, municiado de diversas provas, mas, a despeito disto, a CBF ainda não se manifestou – me parece que quer mais abafar o caso.
Em um país sério, a fama não significaria proteção – Robinho, um estuprador, que o diga. Além de pagar judicialmente por suas agressões e ameaças, ele também deve – ou deveria – ser expulso da seleção, cujo técnico também não declarou nada até o momento.
A mídia, por sua vez, faz muito bem o papel de mitigar violência contra a mulher no caso Antony: toda matéria que noticia o fato faz questão de citar os feitos do jogador, como uma medalha nos jogos olímpicos, por exemplo.
Quem se importa se ele é um excelente jogador, se, fora de campo, ameaça e violenta mulheres?
Os feitos profissionais de Antony simplesmente não vêm ao caso. Mantê-lo na seleção brasileira é vergonhoso, sobretudo encobrindo seus erros de modo a não se manifestar.
É uma questão de honra para todas as mulheres brasileiras que ele seja expulso da seleção, e que o meio futebolístico – desculpem, absolutamente tóxico – comece a tratar violência contra a mulher com a seriedade que a questão demanda.