O ministro da Justiça, Flávio Dino, irá determinar nesta segunda-feira (10) uma investigação na Polícia Federal (PF) sobre o caso do reitor Luiz Carlos Cancellier. A decisão se deu após o Tribunal de Contas da União (TCU) arquivar a ação contra a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) por não encontrar desvio de dinheiro público.
A acusação motivou a Operação Ouvidos Moucos, realizada pela PF em setembro de 2017, contra Cancellier, como desdobramento da operação Lava Jato. Suspeito de obstruir investigações, Cancellier foi algemado, despido e proibido de voltar à UFSC. Dias depois, cometeu suicídio em Florianópolis.
“Enviarei a nova decisão do TCU para o diretor-geral da Polícia Federal, afim de que seja instaurado Processo Administrativo Disciplinar”, disse Dino. “O fundamento é que a decisão do TCU constitui um indício de que a ação policial não possuía justa causa e que, portanto, houve ilegalidades a serem apuradas na esfera disciplinar”.
A responsável pela operação foi a delegada federal Erika Marena. Ela prendeu Cancellier e levou à cadeia seis funcionários da universidade e 23 outros indiciados por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e peculato. A delegada disse na época que tinha convicção da necessidade dos pedidos de prisão.
Vale destacar também que, na última quinta-feira (6), o TCU tornou pública decisão que descarta irregularidade nos programas de educação a distância e da Universidade Aberta que foram alvos da PF.
No sábado (8), por meio das redes sociais, Dino já havia dito que seriam adotadas “providências cabíveis” em relação aos “possíveis abusos e irregularidades na conduta de agentes públicos federais”, que atuaram na Operação Ouvidos Moucos.