Caso Daniel Alves: perito diz que encontrou “DNA compatível com o agressor”

Atualizado em 7 de fevereiro de 2024 às 15:02
O ex-jogador Daniel Alves durante julgamento por estupro na Espanha. Foto: D.Zorrakino/Reuters

Médicos forenses relatam que encontraram o DNA do ex-jogador Daniel Alves na vítima que o denunciou por estupro. Peritos informaram que o material genético não foi obtido por meio de sêmen, mas de uma amostra extraída do corpo da mulher três horas após o crime.

“É um DNA compatível com o agressor. Não há restos de sêmen porque provavelmente não houve ejaculação”, afirmou um dos médicos forenses durante o julgamento do brasileiro na Espanha. Segundo o perito, a amostra pode ser esmegma, uma secreção branca e pastosa que tem “mais carga genética” do que saliva.

O mesmo perito foi convocado pela defesa de Alves e afirmou que a vítima não apresentava ferimentos compatíveis com seu relato, que inclui “tapas” e “agarramentos no pescoço”. Também não foi constatada nenhuma lesão vaginal, mas outro médico afirmou que isso não significa que a violência não tenha acontecido.

“Mais lesões são encontradas em relações sexuais não consensuais do que em relações sexuais consensuais. Neste caso, não encontramos ferimentos, mas não podemos afirmar que não houve agressão”, afirmou o segundo perito.

A boate Sutton, em Barcelona, onde o crime ocorreu. Foto: Divulgação

A psicóloga forense que examinou a denunciante afirmou que ela sofre de “um quadro pós-traumático”. “Ela teve um rompimento, choque e impacto e muitos aspectos da vida e daquela pessoa estão desfigurados. E não tivemos nenhuma indicação de que a pessoa estivesse exagerando ou fingindo”, apontou.

Já os psicólogos que examinaram o ex-jogador afirmaram que ele teve “um ligeiro prejuízo a nível cognitivo” causado pelo consumo de álcool na ocasião, mas que “ele conseguia distinguir o bem do mal” e “sabia o que estava acontecendo”.

Esse é o terceiro dia de julgamento de Daniel Alves, acusado de estuprar uma jovem no banheiro de boate em Barcelona em dezembro de 2022. Até o momento, foram ouvidas 28 testemunhas, incluindo a autora da acusação, duas pessoas próximas que a acompanhavam na ocasião, funcionários do estabelecimento, policiais que atenderam a mulher e amigos do ex-jogador.

Ele deve depor ainda hoje. Sua oitiva estava agendada para a última segunda (5), mas foi adiada a pedido de sua defesa.

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