Caso das joias: Aliados apontam erros de Bolsonaro e detonam ataques a Moraes

Atualizado em 6 de setembro de 2023 às 9:45
Joias sauditas e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) avaliam, reservadamente, que cometeram ao menos quatro erros na gestão da estratégia do ex-mandatário ao lidar com o escândalo das joias sauditas recebidas e vendidas ilegalmente pelo seu governo. A informação foi divulgada pela colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.

Para o entorno do ex-capitão, o maior erro foi ter “subestimado” o relator das investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes. A avaliação é que os bolsonaristas “exageraram na dose” ao apontar o dedo para o magistrado mesmo depois do início das investigações.

“Como é que você vai ter simpatia do resto do tribunal batendo tão forte no Alexandre de Moraes?”, questionou um integrante do PL. Ao insistir nos ataques, acusando Moraes de “tirano”, “autoritário” e “parcial” já com Bolsonaro fora do poder, seus aliados alimentaram o ódio contra o ministro.

A melhor estratégia, de acordo com essa avaliação, seria ter tirado mais cedo a discussão do campo da política e trazido para a arena jurídica, desmontando as teses levantadas pelo ministro e tentando derrubá-las de alguma forma.

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Jair Bolsonaro e Joias sauditas. Foto: Reprodução

Aliados do ex-presidente também afirmam que a própria equipe de defesa cometeu seus erros. Para eles, uma das coisas que mais atrapalhou foi a “bateção de cabeça” inicial do time jurídico, com idas e vindas na tentativa de elaborar uma tese satisfatória para lidar com o escândalo.

O terceiro problema, segundo pessoas próximas a Bolsonaro, foi a “exposição excessiva da defesa” na mídia, onde se diz que o advogado Paulo Amador Bueno deveria privilegiar a manifestação técnica nos autos e não na TV. “A advocacia acaba sendo um personagem maior que o próprio caso”, critica um interlocutor do ex-capitão.

Por fim, o quarto e último erro é a leitura de que eles perderam totalmente o controle da narrativa no caso e que já foram julgados e condenados pelo “tribunal da imprensa e da opinião pública”. Para um aliado de Bolsonaro, a comunicação do ex-chefe do Executivo sempre foi péssima e, diante disso, o preço está sendo cobrado agora.

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